terça-feira, 3 de janeiro de 2017

PERFUME DE MULHER (Profumo di Donna), 1974


Quando foi lançada a versão norte-americana de “Perfume de Mulher”, com Al Pacino, praticamente todos os críticos compararam negativamente esse filme com o original italiano dirigido por Dino Risi. E lembraram que Vittorio Gassman como o aposentado capitão cego com o braço esquerdo mutilado teve uma daquelas atuações impossíveis de serem superadas. Mas como poderia Hollywood ao menos igualar este que é um dos melhores filmes de Dino Risi, menos engraçado que “Aquele que Sabe Viver” mas tão tragicômico como este? Ficou provado que certo tipo de cinema não se adequa ao comercialismo de Hollywood. Com “Perfume de Mulher” Risi se equilibra soberbamente entre o drama e a farsa criando um personagem que tenta esconder com seu sarcasmo e arrogância a amargura de sua vulnerabilidade que ele não aceita. A única saída é a morte mas diante dela Fausto se mostra não o leão que simulava ser, mas um homem fraco e titubeante. A primeira metade de “Perfume de Mulher” é primorosa, caindo no final especialmente pela presença da bela jovem apaixonada e rejeitada por Fausto quando o mais correto seria uma mulher mais madura para servir-lhe do amparo que ele nunca aceitou. Alessandro Momo, que interpreta o ajudante de Gassman, faleceu antes de completar 18 anos e antes do filme ser lançado em 1974. 8/10




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