quinta-feira, 26 de abril de 2018

OS ÚLTIMOS MACHÕES (The Last Hard Men), 1976


Muito provavelmente o diretor Andrew V. McLaglen quisesse John Wayne para estrelar este western sobre um xerife aposentado que se defronta com um homem sedento de vingança contra ele. Ocorre que nesse mesmo ano de 1976 o alquebrado Wayne se despedia gloriosamente das telas com “O Último Pistoleiro” e o vigoroso Charlton Heston ficou com o papel, tendo James Coburn como o mestiço que foge da prisão para a qual fora mandado pelo xerife. Este teria ainda matado acidentalmente a esposa do mestiço que ao perpetrar ardilosamente a retaliação, como só um índio é capaz de fazer, sequestra a filha do xerife (Barbara Hershey). O diretor McLaglen, que sempre teve John Ford como modelo, demonstra como se deu a passagem do Oeste selvagem para a civilização, com automóveis e telefones que vieram no início do século XX quando a ação transcorre. Porém McLaglen decidiu emular Sam Peckinpah e “Os Últimos Machões” é um dos mais violentos faroestes produzidos por Hollywood, não faltando nem mesmo uma sádica sequência de estupro. James Coburn rouba o filme como o perverso e engenhoso mestiço e Charlton Heston é sempre convincente. Barbara Hershey é a jovem violentada num elenco com destaque para Christopher Mitchum e John Quade. A trilha musical atribuída a Jerry Goldsmith teve a colaboração de Leonard Rosenman. 7/10




sexta-feira, 6 de abril de 2018

AMOR, SUBLIME AMOR (West Side Story), 1961


O que faz este filme ser extraordinário é ser ele um musical que inovadoramente conta uma história de amor tendo como pano de fundo uma questão social abordada com realismo, ainda que cantada e dançada em seus principais momentos. ‘Romeu e Julieta’ transposto para as ruas do então decadente West Side de Nova York, onde a gang dos jovens norte-americanos se defronta coma dos imigrantes portorriquenhos. A tragédia acontece após Maria (Natalie Wood) se apaixonar por Tony (Richard Beymer), com os magníficos números musicais coreografados e dirigidos por Jerome Robbins e as demais sequências soberbamente a cargo de Robert Wise. Se as canções de Leonard Bernstein são um primor de criatividade, o libretto de Stephen Sondheim completam admiravelmente as músicas do maestro-compositor. Entre tantas canções que se tornaram sucesso estão as radiantes “América” e “Gee, Officer Krupke!”, cortantes em suas ironias e a maravilhosa "Somewhere". “West Side Story” limpou a mesa de Oscars e foi o musical de maior êxito comercial (ficou um ano em cartaz num cinema de Paris) até ser ultrapassado por “A Noviça Rebelde”, do mesmo Robert Wise. Rita Moreno inesquecível é o grande destaque do elenco e Natalie Wood (dublada por Marni Nixon) tem ótima atuação. O limitado Richard Beymer até que se sai bem sem brilhar como George Chakiris e Russ Tamblyn. Obra-prima absoluta. 10/10