terça-feira, 13 de agosto de 2019

CARTA DE UMA DESCONHECIDA (A Letter from a Unknown Woman), 1948


Stefan Zweig foi contemporâneo e amigo de Sigmund Freud e, na Viena do início do século XX, Zweig escreveu diversos livros baseados na Psicanálise. “Carta de uma Desconhecida” foi um deles, roteirizado por Howard Koch e filmado por Max Ophüls, narrando a obsessão de Lisa (Joan Fontaine) que, na adolescência em Viena, se apaixona pelo pianista Stefan Brand (Louis Jourdan). Já adulta mas sempre apaixonada por Brand, Lisa vem a ter um breve caso amoroso com o músico que parte para a Itália e a esquece. Lisa engravida, tem um filho e mesmo assim se casa com um homem mais velho. Brand retorna, volta a se encontrar com Lisa mas não se recorda de tê-la amado. O amor de Lisa pelo pianista, agora decadente, resiste, o que leva a uma tragédia. Este melodrama contado em flashbacks a partir da leitura de uma carta deixada por Lisa é um estudo não só da neurose que é a fixação de uma pessoa por alguém, mas também do masoquismo. Lisa se apraz com o sofrimento justificado pelo amor, sentimento que a leva à desventura. Este filme de Ophüls é aprimorado artisticamente (estilo do diretor) mas inconvincente no ‘esquecimento’ do pianista. Joan Fontaine está ótima como a sofrida protagonista e Louis Jourdan, com sua elegância e simpatia, é o músico que estranhamente não se recorda de um caso amoroso. 7/10



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