terça-feira, 9 de janeiro de 2018

A MALVADA (All About Eve), 1950


Raros filmes são tão brilhantemente escritos, dirigidos e interpretados como “A Malvada”, de Joseph L. Mankiewicz, também autor do roteiro. Para quem sempre imaginou que o teatro diferisse do cinema quanto às intrigas de bastidores, artistas com egos absurdamente inflados e jornalistas capazes de criar e destruir carreiras, este drama é uma surpresa. Margo Channing (Bette Davis) adota como secretaria Eve Harrington (Anne Baxter) uma fã cuja insistência beira o fanatismo. A arrogante Margo jamais poderia imaginar que a tímida Eve é uma pessoa de ilimitada ousadia e maldade disposta a tomar seu lugar, seu namorado e tudo mais que puder mesmo que para isso faça uso até de chantagem. O peso dos anos e o declínio artístico são admiravelmente analisados e, houvesse um prêmio Oscar para melhor atuação de uma atriz em todos os tempos, certamente Bette Davis seria fortíssima candidata por sua interpretação como Margo Channing. Memorável ainda a composição de George Sanders como o sofisticado e poderoso crítico e também Thelma Ritter como a camareira que logo percebe as intenções de Eve. Num filme que beira a perfeição o final foi concebido sem inspiração e é gritante que Anne Baxter jamais teria talento para competir com Bette Davis. Margo Channing e Norma Desmond (Crepúsculo dos Deuses) são personagens que entraram para a história do cinema. 9/10 - Cópia gentilmente cedida pelo cinéfilo José Flávio Mantoani.





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