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Em 1956, aos 32 anos de idade, a escritora Grace Metalious escandalizou os Estados Unidos com o lançamento de seu livro “Peyton Place”, obra que continha capítulos contendo incesto,
suicídio, abuso sexual, homicídio e desnudava a falsa moralidade de uma pequena cidade norte-americana, justamente Peyton Place, microcosmo da própria América. Depressa a 20th Century-Fox adquiriu
os direitos de filmagem e lançou, em dezembro de 1957, o melodrama com o mesmo título do livro e, repetindo o sucesso das livrarias, o público fez enormes filas para assistir o filme que no Brasil se chamou
“A Caldeira do Diabo”. Em 1957 Hollywood ainda não havia se livrado das amarras da censura e o roteiro de “Peyton Place” foi bastante atenuado ao tocar no conjunto de temas do livro, muitos deles
tabus no cinema. Mesmo assim o filme dirigido por Mark Robson foi taxado, entre outros adjetivos, de ‘abominável e massacrado por parte da crítica, enquanto alguns críticos viram qualidades no drama
que na tela teve a duração de 157 minutos para contar os episódios que se entrelaçavam na pequena cidade. Visto quase 70 anos depois, “A Caldeira do Diabo” mais se assemelha aos novelões
televisivos e mesmo assim prende a atenção do espectador. A síntese do filme é o conflito de gerações com pais querendo direcionar a vida de seus filhos adolescentes sendo que eles
pais são mais problemáticos que os jovens. O destaque fica para as excelentes interpretações da estreante Diane Varsi, e dos ótimos Hope Lange e Arthur Kennedy secundados pelo excelente elenco
no qual destoa somente Lee Phillips. “A Caldeira do Diabo” recebeu nove indicações para o Oscar não sendo premiado em nenhuma das indicações. Sucesso de bilheteria ficou atrás
do blockbuster “A Ponte do Rio Kwai” que por sua vez arrebatou sete prêmios da Academia. Em abril de 1958 a filha de Lana Turner assassinou o amante de sua mãe, o gângster Johnny Stompanato,
crime que gerou inesperada publicidade extra para “A Caldeira do Diabo”. - 7/10
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Lana Turner com Lee Phillips e com Diane Varsi |
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Diane Varsi com Russ Tamblyn e com Lana Turner |
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Hope Lane; Hope Lange e Lorne Greene; abaixo Mildred Dunnock e Arthur Kennedy |
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