sábado, 5 de janeiro de 2019

AS VINHAS DA IRA (The Grapes of Wrath), 1940


O polêmico livro de John Steinbeck, lançado em 1939, vendeu perto de 500 mil exemplares e o produtor Darryl F. Zanuck depressa adquiriu os direitos para o cinema. Nunnally Johnson fez o roteiro e John Ford foi chamado para dirigir, impondo Henry Fonda como Tom Joad em lugar de Tyrone Power que era a opção de Zanuck. Poucos acreditavam que seria possível, em Hollywood, realizar um bom filme com aquele tipo e material, ainda mais sob a direção de alguém conservador como Ford. “As Vinhas da Ira” resultou num épico extraordinário sobre o calvário de uma família de migrantes que, durante a depressão, deixa as terras áridas de Oklahoma em busca da ‘Terra Prometida’ que é a Califórnia. No longo trajeto pela Route 66 a bordo de um heroico caminhão, a família vai aos poucos se desfazendo, seja por mortes ou por abandonos da empreitada. Relevando a tragédia dos Joads o filme minimiza os aspectos políticos do livro e sem nenhum excesso sentimental Ford emociona a cada imagem extraordinariamente fotografada por Gregg Tolland e ao som continuado da tocante ‘Red River Valley’. Henry Fonda é o terno e duro ex-condenado em comovente interpretação, uma das maiores que o cinema já teve; Jane Darwell inesquecível como a mãe; John Qualen esplêndido como o agricultor que enlouquece. Oscar de Direção para John Ford e para Jane Darwell (Coadjuvante). Fonda, acreditem, perdeu para James Stewart em “Núpcias de Escândalo”. Coisas do Oscar... – 10/10

Cópia gentilmente cedida pelo cinéfilo e colecionador Marcelo Cardoso.




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