sábado, 11 de agosto de 2018

MORTALMENTE PERIGOSA (Gun Crazy), 1949


Este policial ‘B’ de Joseph H. Lewis é extraordinário ao demonstrar do que é capaz de realizar um diretor criativo quando consegue um pouco mais de liberdade, o que os grandes estúdios não permitiam. Produzido por uma produtora independente (a King Brothers) e distribuído pela United Artists, mesmo sem contar com nenhum nome famoso no elenco “Mortalmente Perigosa” chamou a atenção de muitos críticos e cineastas quando de seu lançamento. Tudo porque conta a história de dois jovens que dividem o amor por armas, pela aventura e finalmente um pelo outro, antecipando o que Jean-Luc Godard e Arthur Penn filmariam anos depois respectivamente com “Pierrot Le Fou” e “Bonnie & Clyde”. Dalton Trumbo foi o autor do roteiro mas seu nome teve que ser substituído pelo de Millard Kaufman, porém os méritos totais se devem à inventividade do diretor Lewis e à cinematografia de Russell Harlan. A notável sequência do assalto ao banco em Hampton dura quatro minutos sem nenhum corte tendo sido toda filmada com a câmera na parte traseira de um automóvel. O ritmo é frenético em muitos momentos, o que não é característica de filme noir, embora a principal personagem feminina (Peggy Cummins) seja típica do gênero, atraindo irresistivelmente seu parceiro de crimes (John Dall) para o amor e para a morte. O livro “Alternate Oscars” atribuiu a “Gun Crazy” o Oscar de Melhor Filme de 1949. 9/10




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