quinta-feira, 14 de setembro de 2017

SEDUZIDA E ABANDONADA (Sedotta e Abbandonata), 1964


Após o sucesso e os prêmios conquistados com “Divórcio à Italiana”, Pietro Germi voltou a dirigir seu sarcasmo aos costumes da arcaica Sicília. Com “Seduzida e Abandonada” Germi foi menos refinado que no filme anterior e mais cruel ao satirizar as questões de honra que determinam os comportamentos daquele ‘paese’. Em certo momento desta tragicomédia um personagem diante de um mapa da Itália tampa com a mão a Sicília e diz que aquilo não é a Itália. Este filme de Germi conta as desventuras da jovem Agness (Stefania Sandrelli) de 16 anos que é seduzida pelo namorado da irmã. O pai da infelicitada quer o reparo da honra a qualquer custo e a honra não é mais que a preservação das aparências numa interminável sequência de situações que oscilam do drama à farsa por vezes picaresca. Entre os abomináveis e divertidos códigos de honra está aquele que o sedutor se recusa a casar com a jovem por ele seduzida por haver ela cedido aos seus desejos, tornando-se por isso indigna de ser sua esposa. Saro Urzi (premiado em Cannes) domina todo filme com soberba atuação como o típico bruto siciliano contrastando com a delicadeza da bela Stefania Sandrelli. Único pecado do filme é ser um tanto longo demais. 9/10




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