sexta-feira, 28 de julho de 2017

O CÍRCULO DO MEDO (Cape Fear), 1962


‘A vingança é um prato que se come frio’, é a filosofia de Max Cady (Robert Mitchum) que arquiteta a mais cruel das vinganças já mostradas em um filme. O promotor Sam Bowden (Gregory Peck) condenou Cady e deve pagar por tê-lo feito amargar longa temporada na prisão. Dirigido por J. Lee Thompson, este é um suspense para estômagos fortes pois chega a ser repulsivo graças à interpretação demoníaca de Bob Mitchum, certamente a melhor de sua excepcional carreira. Seu personagem zomba da lei (que conhece bem) aterroriza a família de Bowden cuja vida se transforma em insuportável pesadelo. O magnífico roteiro coloca o cidadão correto à mercê do inteligente bandido numa odiosa inversão de valores muito comum em nossa sociedade. A censura obrigou a exclusão de sequências em que Cady olha libidinosamente para a filha de Bowden e estupra a esposa deste não sem antes borrifá-la com um ovo que arrebenta com as mãos numa inimaginável metáfora sexual. Mas o que restou na tela é repugnante para os padrões de Hollywood o que levou muitos críticos a rotularem como pornografia, o que evidentemente não é. Mitchum está soberbo, Peck tem bom desempenho à sombra de Bob. No elenco ainda a ótima Polly Bergen, Telly Savalas e Barrie Chase que se confessou intimidada com a força de Mitchum. A trilha de Bernard Herrmann é uma das mais perfeitas do grande compositor. 9/10





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