Entre os tantos aspectos inusitados
deste thriller merece ser lembrado que Norman Bates é, aparentemente, uma pessoa
comum. E é essa pessoa ‘comum’ que se revela voyeur, que se traveste, que
assassina mãe, padrasto e uma série de outras vítimas. “Psicose” é um filme que
se pretende sério, feito por um diretor que se divertia amedrontando os
espectadores; no entanto é com este suspense que mais Alfred Hitchcock se
deleitou mostrando, como raras vezes o cinema fez, as deformações possíveis na
conduta de um ser humano. Se Norman Bates (Anthony Perkins) é o homem que
somente a Psicanálise é capaz de decifrar, Marion Crane (Janet Leigh) é a antítese
das heroínas comuns. Amante de um homem casado nas horas de folga, ladra que
trai a confiança do patrão e a quem Hitchcock mata antes da metade do filme.
Apenas por esses dois extraordinários personagens “Psicose” já mereceria ser
assistido, mas há ainda a trama incomum, a trilha sonora excepcionalmente
criativa de Bernard Herrmann e sequências antológicas que Hitch legou para a
história do cinema. Anthony Perkins está perfeito como o angustiado assassino e
Janet Leigh tem a melhor atuação de sua carreira. No elenco principal ainda os
insípidos John Gavin e Vera Miles. “Psicose” é obra exponencial na vasta e rica
filmografia de Hitchcock, verdadeiro Mestre da Sétima arte. 10/10
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