Consta que o elenco desta
comédia nunca teve acesso ao roteiro e que apenas durante as filmagens o
diretor Leo McCarey explicava aos atores o que queria. Ou seja, imperou o
improviso e McCarey mostrou que sabia o que fazia pois esta é daquelas comédias
malucas em que tudo deu certo. No filme o casal Cary Grant e Irene Dunne faz parte da chamada high society de Manhattan e não observa rigorosamente as
normas da monogamia, o que os leva ao (quase) divórcio. A tempo descobrem que, mesmo
com todas as diferenças, nasceram um para o outro e urdem sutilmente tramas
para que seus pretendentes (Ralph Bellamy e Molly Lamont) desistam deles. Os limites
da rígida censura da época são engenhosamente ultrapassados terminando com
Irene Dunne seduzindo o quase ex-marido com olhares tão deliciosos quanto
maliciosos. Como em toda ‘screwball comedy’, as falas se atropelam e o ritmo é
alucinante num filme em que Oklahoma e cowboys em geral são as vítimas das
zombarias dos novaiorquinos com “Home on the Range” na trilha sonora. A
refinada Irene Dunne está inimaginavelmente debochada e Cary Grant não se
esforça muito para repetir o tipo cínico e encantador que é sua especialidade. 9/10
- Cópia gentilmente cedida
pelo cinéfilo José Flávio Mantoani.
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