LAWRENCE DA ARÁBIA (Lawrence
of Arabia), 1962 – Poucos filmes são tão admiráveis quanto este épico de David
Lean narrando como o Major T.E. Lawrence (Peter O’Toole) se tornou um mito por
sua participação nas batalhas entre árabes e turcos durante a I Guerra Mundial.
Lean conseguiu imagens de rara beleza tendo o deserto como cenário principal e
o sol que parece mais forte através das lentes do cinegrafista Freddie Young capturando
a calidez do mais inóspito dos cenários. Envolve essas imagens a extraordinária
e por vezes sublime música de Maurice Jarre. As sequências de batalha são empolgantes
e a tomada de Damasco comove. Lawrence é mostrado como um homem ambicioso e que
a cada vitória se torna mais arrogante e os mistérios que o torturam não são
claramente desvendados, seu homossexualismo entre eles. O’Toole, por vezes
excessivamente exibicionista, é o astro absoluto e Omar Sharif (esqueça a
canastrice que Sharif normalmente exibia) brilha tanto quanto o protagonista. A
habilidade de Omar montando um camelo é fantástica. No grande elenco despontam Anthony
Quinn como um árabe engraçado e violento e Alex Guinness como o afetado Rei Faisal.
A versão restaurada com 226 minutos (como Lean queria) só foi possível graças
aos esforços de Steven Spielberg e Martin Scorsese, apaixonados pelo épico. 10/10
- Cópia gentilmente cedida
pelo cinéfilo Marcelo Cardoso.
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