A Burt Lancaster o cinema
deve muito. Quando Hollywood morria de medo da TV ele foi à televisão em busca
de histórias para filmes. Foi o primeiro a fazer isso com a teleplay de Paddy
Chayefsky sobre o açougueiro judeu que não arrumava namorada, interpretado na
telinha por Rod Steiger. O próprio Chayefsky, atendendo sugestão de Lancaster,
mudou a nacionalidade do gorducho Marty que virou italiano e Burt ainda escalou
Ernest Borgnine (com quem trabalhara duas vezes antes) e Betsy Blair como a
moça feiosa. Delbert Mann dirigiu a teleplay e também o drama que as
interpretações de Ernest e Betsy tornam extraordinariamente pungente na
simplicidade como é mostrado. O conflito familiar entre filhos que se casam e
suas mães que se sentem abandonadas é igualmente tocante. A sequência com a
família da moça reunida na sala assistindo ‘Ed Sullivan’ é primorosa. O filme
custou menos de 200 mil dólares, se transformou num dos sucessos do ano e tornando
comum a via TV-Hollywood. “Marty” arrebatou quatro prêmios Oscar, inclusive o
de Melhor Ator para Borgnine que concorreu com Spencer Tracy, James Dean,
Sinatra e James cagney. Ernest ainda ganhou diversos outros prêmios
importantes, mas em seguida voltou à condição de o mais talentoso coadjuvante
do cinema. 8/10
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