Tamanho foi o sucesso
obtido por este filme de Pietro Germi, com roteiro que destila sarcasmo a la
Billy Wilder, que se tornou um modelo muito imitado mas jamais superado no
estilo de comédia agridoce italiana. A história se passa em Agromonte, pequena
cidade da Sicília, em 1960, quando ainda não havia divórcio na Itália.
Ferdinando ‘Feffé’ Cefalú (Marcello Mastroianni) se apaixona pela sobrinha
Ângela (Stefania Sandrelli) e precisa se livrar da tediosa esposa Rosalia
(Daniela Rocca). Feffé trama um crime em nome da honra e para isso deverá se tornar
‘cornudo’ pois sabe que o Código Penal então vigente atenua assassinato
cometido pela dignidade pessoal. Escrito em tom de humor negro esta comédia não
é propriamente hilariante mas deliciosa na abordagem dos costumes da região e
do comportamento dos sicilianos. A esposa Rosalia em colóquio amoroso com o
amante, Feffé sendo alvo da zombaria dos agromonteses recebendo cartas
anônimas, e a eloquência do advogado de defesa são momentos primorosos desta
magnífica sátira. Sem esquecer da plateia assistindo “La Dolce Vita”. A aparente
visão machista que predomina no filme todo sucumbe à frivolidade da jovem
esposa do maduro Feffé. Mastroianni e Daniela Rocca estupendos, ele sem mover
um músculo de seu rosto durante todo o filme. Stefania Sandrelli aos 15 anos de
idade virava qualquer cabeça. 9/10
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