sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

DIVÓRCIO À ITALIANA (Divorzio all'Italiana), 1961


Tamanho foi o sucesso obtido por este filme de Pietro Germi, com roteiro que destila sarcasmo a la Billy Wilder, que se tornou um modelo muito imitado mas jamais superado no estilo de comédia agridoce italiana. A história se passa em Agromonte, pequena cidade da Sicília, em 1960, quando ainda não havia divórcio na Itália. Ferdinando ‘Feffé’ Cefalú (Marcello Mastroianni) se apaixona pela sobrinha Ângela (Stefania Sandrelli) e precisa se livrar da tediosa esposa Rosalia (Daniela Rocca). Feffé trama um crime em nome da honra e para isso deverá se tornar ‘cornudo’ pois sabe que o Código Penal então vigente atenua assassinato cometido pela dignidade pessoal. Escrito em tom de humor negro esta comédia não é propriamente hilariante mas deliciosa na abordagem dos costumes da região e do comportamento dos sicilianos. A esposa Rosalia em colóquio amoroso com o amante, Feffé sendo alvo da zombaria dos agromonteses recebendo cartas anônimas, e a eloquência do advogado de defesa são momentos primorosos desta magnífica sátira. Sem esquecer da plateia assistindo “La Dolce Vita”. A aparente visão machista que predomina no filme todo sucumbe à frivolidade da jovem esposa do maduro Feffé. Mastroianni e Daniela Rocca estupendos, ele sem mover um músculo de seu rosto durante todo o filme. Stefania Sandrelli aos 15 anos de idade virava qualquer cabeça. 9/10




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