Nicholas Ray sempre
reivindicou a autoria da história original deste drama sobre adolescentes, ele
que melhor que nenhum outro diretor mostrou entender a juventude incompreendida.
Amigo de James Dean, Natalie Wood e Sal Mineo, Ray os mostrou em seu filme como
um trio de jovens problemáticos, consequência dos conflitos com suas famílias. Os
três se conhecem numa noite num distrito policial e já no dia seguinte, o
primeiro dia de aula, Dean se confronta com um grupo de delinquentes que tiram
suas diferenças com canivetes e se divertem em corridas suicidas de automóveis em
direção a um penhasco. Os veículos, claro, são roubados. A primeira metade de “Juventude
Transviada” é notável, ainda que apenas no caso de Jim Stark (Dean) as
desavenças familiares sejam melhor delineadas. Para a parte final Ray teve
óbvios limites impostos pelo Código Hays com Plato (Sal Mineo), no filme latente
homossexual, aceitando ver seu amigo Stark se envolver com Judy (Natalie Wood).
Consuma-se a inevitável tragédia. O personagem de Jim Stark imortalizou James Dean
como a mais perfeita imagem do adolescente rebelde e angustiado, com uma
atuação admirável que lhe valeu o culto que perdura até hoje. Natalie Wood docemente
frágil e Sal Mineo adoravelmente vulnerável. “Juventude Transviada” definiu o
modelo para os muitos filmes que o seguiram sobre adolescentes. 9/10
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