quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

JUVENTUDE TRANSVIADA (Rebel Without a Cause), 1955


Nicholas Ray sempre reivindicou a autoria da história original deste drama sobre adolescentes, ele que melhor que nenhum outro diretor mostrou entender a juventude incompreendida. Amigo de James Dean, Natalie Wood e Sal Mineo, Ray os mostrou em seu filme como um trio de jovens problemáticos, consequência dos conflitos com suas famílias. Os três se conhecem numa noite num distrito policial e já no dia seguinte, o primeiro dia de aula, Dean se confronta com um grupo de delinquentes que tiram suas diferenças com canivetes e se divertem em corridas suicidas de automóveis em direção a um penhasco. Os veículos, claro, são roubados. A primeira metade de “Juventude Transviada” é notável, ainda que apenas no caso de Jim Stark (Dean) as desavenças familiares sejam melhor delineadas. Para a parte final Ray teve óbvios limites impostos pelo Código Hays com Plato (Sal Mineo), no filme latente homossexual, aceitando ver seu amigo Stark se envolver com Judy (Natalie Wood). Consuma-se a inevitável tragédia. O personagem de Jim Stark imortalizou James Dean como a mais perfeita imagem do adolescente rebelde e angustiado, com uma atuação admirável que lhe valeu o culto que perdura até hoje. Natalie Wood docemente frágil e Sal Mineo adoravelmente vulnerável. “Juventude Transviada” definiu o modelo para os muitos filmes que o seguiram sobre adolescentes. 9/10





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