Antes de dirigir o melhor
filme sobre Hollywood e a melhor comédia do cinema (“Crepúsculo dos Deuses” e “Quanto
Mais Quente Melhor”), o austríaco Billy Wilder havia realizado também o melhor
de todos os policiais noir que foi “Pacto de Sangue”. Partindo de uma história
de James M. Cain, Billy Wilder se reuniu com o escritor Raymond Chandler para
escrever um roteiro perfeito eivado de frases em que a mordacidade só é
superada pela inteligência das mesmas. Neste modelo de filme noir não só a envolvente
trama mas e especialmente o suspense que Wilder cria em diversos momentos desconcerta
e seduz o espectador, do mesmo modo que o corretor de seguros interpretado por
Fred MacMurray se mostra impotente para escapar do fascínio exercido por
Barbara Stanwyck. Pela primeira vez em sua carreira como uma criminosa, Barbara
é adúltera e perversamente calculista, usando uma peruca loura e uma pulseira
no tornozelo que enlouquece MacMurray. As sinistras persianas avisam o
espectador da tragédia que se avizinha capturada pela estupenda fotografia de
John F. Seitz e com a brilhante trilha de Miklos Rosza. Edward G. Robinson é o
sagaz inspetor da seguradora que não descobre o crime quase perfeito. 10/10
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