Nenhum outro diretor
desafiou o famigerado Código Hays como o fez Fritz Lang em 1953 com o policial
noir “Os Corruptos”. Originalmente planejado para ter no elenco Edward G.
Robinson, George Raft e Paul Muni, ficou para Glenn Ford a responsabilidade de
desempenhar o detetive que confronta todo o corrompido sistema político-policial
de uma fictícia grande cidade. E Glenn Ford se vê às voltas com um jovem ator –
Lee Marvin – de quem ninguém poderia suspeitar que logo faria James Cagney
parecer um coroinha. Nesse sensacional duelo de violência entre Ford e Marvin o
policial é movido por vingança pessoal e o gângster (Lee) por sua incontida bestialidade.
E Glenn Ford tem seu momento maior no cinema expressando magnificamente não só desespero
e angústia mas e principalmente a solidão que apenas os corajosos conhecem de
verdade. Num filme onde as mulheres têm igual importância à dos homens, Jeanette
Nolan está estupenda como a egoísta viúva e brilha Gloria Grahame que tem o rosto
de boneca desfigurado por Lee Marvin numa sequência apavorante. Chamar “Os
Corruptos” de clássico é pouco para este extraordinário filme de Fritz Lang. 9/10
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