sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O SOL POR TESTEMUNHA (Plein Soleil), 1960



René Clément foi um dos diretores massacrados pela turma da Nouvelle Vague. E justamente no ano em que foram lançados “Acossado”, “Os Incompreendidos” e “Hiroshima, Mon Amour”, Clément respondeu a Godard, Truffaut e cia. com um suspense que marcou época: “O Sol por Testemunha”. Esqueça-se o tom sombrio dos filmes noir, as vielas escuras e as feições abrutalhadas dos vilões. Este thriller policial é luminoso, ensolarado, e excepcionalmente inteligente, com um trio central formado por atores muito bonitos. Alain Delon esbanja charme como o amoral e ardiloso vilão que cobiça não só a fortuna do amigo mas também ficar com sua namorada. A autora Patricia Highsmith gostou do filme e disse que ao escrever a história em 1955 jamais imaginara alguém como Delon para interpretar o talentoso Mr. Ripley. Filmado em estonteantes locações no Mar Mediterrâneo, o filme de Clément possui uma sequência antológica quando Tom Ripley percorre uma feira livre de rua em Nápoles e os peixes mortos olham para ele como que o condenando pelos assassinatos cometidos. As nuances homossexuais do livro foram atenuadas, o que não ocorreu no remake “O Talentoso Mr. Ripley”, de 1999. Embora muita tinta tenha sido gasta com o inovador “Acossado”, o público preferiu mesmo ver o excelente “O Sol por Testemunha”. 9/10

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