terça-feira, 8 de novembro de 2016

JANELA INDISCRETA (Rear Window), 1953


Cada cinéfilo tem seu(s) Hitchcock preferido(s) e para mim, se o Mestre do Suspense não levou os nervos da plateia ao limite com “Janela Indiscreta”, nos deu um de seus filmes mais fascinantes. Alfred Hitchcock transforma cada um de nós em voyeur a cada minuto mais obcecado. O fotógrafo preso à cadeira de rodas é o próprio espectador que, como lembrou Hitch, exercita através do cinema seu desejo de espiar comportamentos no mais das vezes reprováveis. Filme claustrofóbico mas que jamais cansa porque o diretor sabe exatamente o que quer e o que faz. E Hitch quer, como de hábito, brincar com o público que paga para ver seus filmes. Chegou-se a dizer que esta é a película mais pessoal do diretor pois a imobilidade do fotógrafo significaria sua impotência. E Grace Kelly está ali mais linda que nunca diante de um James Stewart incapaz de se levantar de sua cadeira de diretor, digo de rodas. Assim como Hitch, Stewart também se apaixonou por Grace durante as filmagens. Baseado na história “It Had to Be Murder”, pulp fiction de Cornell Woolrich enriquecida pelos cáusticos diálogos de John Michael Hayes. Raymond Burr impressionante como o matricida. 10/10

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