Estreia em alto estilo de Alfred
Hitchcock no cinema norte-americano em produção de David O. Selznick, adaptando
o mais famoso livro da escritora inglesa Daphne du Maurier. Nos filmes produzidos
por Selznick era ele e mais ninguém quem mandava e o produtor queria repetir “...E
o Vento Levou” que sequer havia sido ainda lançado. Chocou-se, no entanto, com
Hitchcock que não abria mão de ser o ‘autor’ de seus filmes. Como resultado do inevitável
conflito, “Rebecca” oscila entre ser um mero melodrama, como queria Selznick e
uma sombria, intensa e aterradora história gótica sem os momentos típicos de
suspense mas que deixa o espectador com os nervos à flor da pele, como Hitch
gostava de fazer. Uma jovem e tímida dama de companhia (Joan Fontaine) se casa
com o rico viúvo Maxime de Winter (Laurence Olivier) que há um ano perdera a
esposa Rebecca em circunstâncias estranhas. O casal vai morar no castelo de
Manderley, de propriedade do marido onde, embora morta, Rebecca persegue os
pensamentos de Maxime e assombra também sua segunda esposa. A governanta
(Judith Anderson) que adorava a falecida procura manter viva a memória de
Rebecca. Joan Fontaine, aos 22 anos, está extraordinária; Olivier discreto;
Judith Anderson cria uma sinistra e inesquecível vilã com nuances homossexuais.
Música, fotografia e direção perfeitos neste que é um dos grandes filmes de
Hitchcock. 9/10
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