Pense nos grandes durões do
cinema (Bogart, Cagney, Mitchum). Perto de Lee Marvin em “À Queima-Roupa” esses
‘tough guys’ mais parecem meninos de catecismo tal a brutalidade com que seu
personagem Walker trata aqueles que se interpõem em seu caminho. Tudo porque
Walker enfrenta uma Organização Criminosa da qual um dos membros, Mal Resse
(John Vernon) o traiu e se apoderou de 93 mil dólares de um golpe praticado um
ano antes. Resse ainda baleou Walker que foi dado como morto e ficou com a
esposa deste. Ao final Walker destrói a Organização com a ajuda de sua cunhada
(Angie Dickinson) mas não recupera seu dinheiro. O inglês John Boorman realizou
com “À Queima-Roupa” um thriller alucinantemente violento com muitos
flash-backs, sons ressonantes e diálogos que anunciam novas ações. Algumas
sequências permanecem para sempre na memória, entre elas Marvin destruindo um
automóvel para obter uma confissão e outra com Angie esmurrando nervosamente o
peito de Marvin até cair exausta. Meio século depois de lançado “Point Blank”
surpreende por nada dever a tudo que o cinema inventou posteriormente. Lee
Marvin estupendo como o ‘Hunter’, numa de suas performances mais ferozes. Angie
Dickinson mais sensual que nunca. Filme não indicado àqueles avessos à violência
embora esta nunca seja gratuita ou explorada excessivamente. 9/10
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