A Nouvelle Vague monopolizou
tanto espaço no cinema francês com seus principais realizadores que Jean-Pierre
Melville, uma das maiores influências do movimento, só conseguiu chamar a
atenção da crítica e público com os dois filmes que fez poucos anos antes de
falecer. Morto em 1973, aos 55 anos de idade, são de Melville “O Samurai” e “O
Círculo Vermelho”, ambos estrelados por Alain Delon. Melville era apaixonado
pelos policiais noir de Hollywood dos anos 40 e em “O Samurai” Delon é Jef Costello, um matador
de aluguel que usa (como Bogart) capa de gabardine e chapéu. Solitário,
lacônico e frio, Costello cumpre um contrato executando uma vítima, não se
esquecendo de criar um álibi quase perfeito. Porém a polícia desconfia dele e
isso faz com que se torne um arquivo a ser destruído. Costello circula pelas
ruas de Paris em Citroëns DS roubados perseguido por policiais e por bandidos
ao mesmo tempo. Ele é um personagem melancólico, fatalista e que ao final se
deixa matar. O estilo de Melville é econômico nas ações e meditativo ao
acompanhar a solidão de Costello. Alain Delon excelente como o introspectivo
assassino, vencendo a luta contra a incomum dose de beleza com que foi
aquinhoado. Sua então esposa, a bonita Nathalie Delon, é a ‘quase’ prostituta
que o ama e François Périer o incansável comissário de polícia. Quentin
Tarantino sempre cita Melville como um dos cineastas que mais admira e tenta
imitar. 8/10
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