O maior problema dos
musicais é fazer o espectador manter o interesse na história que é concebida
para exibir números cantados e/ou dançados. Quando o roteiro, mesmo recheado de
canções envolve e cativa o público é porque esse filme extrapolou os limites do
gênero. É o que acontece com este radiante musical da Metro dirigido por Stanley
Donen e coreografado magnificamente por Michael Kidd. Se as canções de Gene de
Paul com letras de Johnny Mercer não se tornaram imortais como as de outros
musicais, as danças que mesclam balé com acrobacias plenas de energia se
tornaram antológicas. Entre estas a “House-Raising Dance” (com disputa entre os
grupos rivais) e a maravilhosamente singela “Lonesome Polecat”. Baseado no episódio
“O Rapto das Sabinas” narrado por Plutarco, seis rudes irmãos fazendeiros do
Oregon, em 1850, são domados pela cunhada Milly (Jane Powell) casada com o
irmão mais velho Adam (Howard Keel). Desesperados pela falta de namoradas os
irmãos pioneiros raptam seis belas moças da cidade e no momento mais hilariante
do filme todas afirmam serem mães do bebê de Milly. Dalton Trumbo lembrou-se
disso na famosa sequência em que pergunta: “Quem é Spartacus?” no épico de
Stanley Kubrick. Jane Powell formidável supera Howard Keel mesmo com seu
vozeirão no mais machista dos musicais. 10/10
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