William Wyler assistiu a
uma das 600 apresentações na Broadway da peça “Detective Story” e logo pensou: “Vai
dar um bom filme”. Porém transferir as limitações de uma encenação para o
cinema não é tarefa das mais fáceis, menos para este grande cineasta. Wyler
optou por fazer o filme com toda a ação passada dentro do 21.º Distrito de
Polícia de Nova York, como na peça, e aquilo que poderia ser claustrofóbico nas
mãos de um diretor qualquer resultou num drama intenso em cada um dos 103
minutos de duração. Kirk Douglas é o rígido detetive que não transige no
cumprimento da lei, no caso, colocar na cadeia um médico que pratica abortos.
Paralelamente outras histórias se passam dentro do distrito policial, cada uma
delas envolvendo inteiramente o espectador. Lee Grant em seu primeiro filme, como
uma jovem ladra, observa todas as ocorrências e os mais diversos tipos que
passam pela delegacia (George Stevens emulou esse personagem com o garotinho de
“Shane”). Kirk Douglas que tem uma de suas mais excepcionais atuações como o
amargurado policial, nem lembrado foi para o Oscar num filme que teve quatro
indicações (Direção, Roteiro e as atrizes Lee Grant e Eleanor Parker). Joseph Wiseman
em início de carreira é o alucinado ladrão homicida. 9/10 - Cópia gentilmente cedida
pelo cinéfilo José Flávio Mantoani.
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