Woody Allen sempre
perseguiu o sonho de fazer um filme bergmaniano em Hollywood mas foi Bob
Rafelson quem mais próximo chegou do mestre sueco com este drama. Uma tevê no
começo de “Cada Um Vive Como Quer” exibe “Do Mundo Nada Se Leva”, o que
erroneamente pode levar a pensar que o otimismo da comédia de Frank Capra seja a
tônica desta extraordinária película realizada em 1970. Após se tornar
conhecido com “Sem Destino” Jack Nicholson impressionou crítica e público ao
interpretar Robert Eroica Dupea, um homem desajustado que abandona a promissora
vida de pianista para trabalhar em uma refinaria de petróleo. Vivendo com uma
garçonete (Karen Black) que sonha vir a ser uma nova Tammy Winette, Robert
volta à casa do pai para confirmar que aquele não é seu mundo, mesmo sem saber
se há algum lugar e pessoas com quem ele possa se entender. Filme denso mesmo
sem ter uma história para contar e que como nenhum outro narra os conflitos
pessoais de um homem em busca de sua individualidade. Nicholson se tornou o maior
astro de seu tempo mas jamais superou seu brilhante desempenho como o instável
Robert Dupea. Karen Black magnífica como a patética garçonete e presença
marcante também da lindíssima Susan Anspach. Bob Rafelson refilmou “O Destino
Bate à Porta”, mas este é não só seu grande filme como um dos melhores dos anos
70. 10/10 - Cópia gentilmente cedida
pelo cinéfilo José Flávio Mantoani.
Nenhum comentário:
Postar um comentário