Jacques Tati fez apenas
cinco longa-metragens em sua carreira como diretor e “Meu Tio” é considerada
sua obra-prima. Esta comédia recebeu diversos prêmios internacionais, inclusive
o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Tati foi comparado aos gênios da comédia
como Chaplin e Buster Keaton. A ‘invenção’ de Jacques Tati nas trapalhadas de
seu personagem Monsieur Hulot é fazer o mínimo uso de diálogos buscando o humor
puramente visual completado com música e emprego insistente de ruídos. Aqui o
desengonçado Hulot, sempre carregando seu guarda-chuva, é um estorvo na vida de
seu cunhado (Jean-Pierre Zola), homem bem sucedido cuja casa é um conjunto de
máquinas inteiramente automatizadas. Tati mira sua crítica na frieza da vida
mecanizada e numa sequência vital um amigo de Hulot é aplaudido por ter
corrigido com ferramentas comuns um erro de um aparelho. A figura de Monsieur
Hulot é mais engraçada do que as confusões que sua estupidez provoca, assim
como “Meu Tio” e Tati foram, ambos, superestimados. Riso aberto mesmo acontece sempre
que o dachshund ‘Daki’ entra em cena. As gags com o automatismo repetem-se à exaustão,
além de explícitas demais. 1958 não foi o melhor dos anos para filmes de língua
não-inglesa, mas “Os Eternos Desconhecidos” faz rir só de lembrar o inepto
bando de ladrões, perdendo o Oscar para “Meu Tio”. 6/10
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