Faltava ao maior provocador
de Hollywood penetrar nas mazelas do mundo corporativo novaiorquino e Billy
Wilder fez isso ao contar a história de um funcionário que, para subir na
empresa, emprestava seu apartamento a seus superiores. C.C. Baxter (Jack
Lemmon) tem ascensão meteórica na gigantesca seguradora em que trabalha e a
grande promoção se dá quando um alto executivo (Fred MacMurray) usa o
apartamento de Baxter para encontros. Para lá ele leva a ascensorista (Shirley
MacLaine) de quem Baxter gosta, formando-se uma confusão que por pouco não
termina em tragédia. “Se Meu Apartamento Falasse” começa como comédia e aos
poucos se transforma em envolvente drama pelas mãos de Wilder que era mestre em
destruir a falsa moralidade com seu agudo cinismo. Shirley MacLaine, Lemmon e
MacMurray colaboram decisivamente com atuações impecáveis, mas o mérito maior é
de Billy Wilder que foi premiado com os dois Oscars mais importantes do ano:
Melhor Diretor e Melhor Roteiro (em parceria com I.A.L. Diamond), além de
Melhor Filme do Ano. A Academia se penitenciou pela injustiça cometida com
“Quanto Mais Quente Melhor” e coroou a extraordinária sequência de grandes
películas de Wilder na década. Claro que a Legião de Decência detestou este
filme que foi uma das maiores bilheterias do ano. 9/10
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