Após assistir a peça na
Broadway Billy Wilder pediu à Paramount que adquirisse os direitos da montagem
de “Stalag 17” para o cinema. O estúdio queria Charlton Heston no papel
principal mas Wilder não pretendia ninguém heroico para interpretar o cínico,
pragmático e nada altruísta sargento prisioneiro. William Holden foi o nome
imposto pelo diretor, a contragosto do estúdio. O país ainda estava aturdido
com o Macarthismo e Wilder praticamente refez todo o texto teatral para demonstrar
o quanto se injustiçou homens de bem em nome de um pseudo americanismo. “Inferno
17” fez enorme sucesso e deu um imerecido Oscar de Melhor Ator a Bill Holden,
certamente compensação por seu trabalho em “Crepúsculo dos Deuses”. Ainda que
não se alinhe entre os muitos excepcionais filmes de Wilder, “Inferno 17” é excelente
e só não é melhor porque não conseguiu ele o equilíbrio certo entre drama e
comédia, no que aliás era mestre. Os pretensos momentos engraçados são longos
demais e Robert Strauss (Animal) e Harvey Lembeck (Shapiro) põem quase tudo a
perder. Negativo também é mostrar os alemães como idiotizados e mesmo assim Sig
Ruman é quem faz rir e Otto Preminger está impressionante como o cruel
comandante do campo. A sequência da revelação do verdadeiro espião é primorosa
e inesquecível. 8/10
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