sexta-feira, 17 de novembro de 2017

INFERNO 17 (Stalag 17), 1953


Após assistir a peça na Broadway Billy Wilder pediu à Paramount que adquirisse os direitos da montagem de “Stalag 17” para o cinema. O estúdio queria Charlton Heston no papel principal mas Wilder não pretendia ninguém heroico para interpretar o cínico, pragmático e nada altruísta sargento prisioneiro. William Holden foi o nome imposto pelo diretor, a contragosto do estúdio. O país ainda estava aturdido com o Macarthismo e Wilder praticamente refez todo o texto teatral para demonstrar o quanto se injustiçou homens de bem em nome de um pseudo americanismo. “Inferno 17” fez enorme sucesso e deu um imerecido Oscar de Melhor Ator a Bill Holden, certamente compensação por seu trabalho em “Crepúsculo dos Deuses”. Ainda que não se alinhe entre os muitos excepcionais filmes de Wilder, “Inferno 17” é excelente e só não é melhor porque não conseguiu ele o equilíbrio certo entre drama e comédia, no que aliás era mestre. Os pretensos momentos engraçados são longos demais e Robert Strauss (Animal) e Harvey Lembeck (Shapiro) põem quase tudo a perder. Negativo também é mostrar os alemães como idiotizados e mesmo assim Sig Ruman é quem faz rir e Otto Preminger está impressionante como o cruel comandante do campo. A sequência da revelação do verdadeiro espião é primorosa e inesquecível. 8/10




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