segunda-feira, 13 de novembro de 2017

SUPREMA CONQUISTA (Twentieth Century), 1934


Após o magnífico “Scarface” e outros bons filmes, Howard Hawks era o mais promissor entre os diretores norte-americanos, mas foi com “Suprema Conquista”, realizado em 1934, que Hawks se tornou de fato um diretor notável. Não que este seu filme seja a obra-prima que Peter Bogdanovich afirma ser, mas sim porque com ele Howard Hawks inventou o gênero ‘screwball comedy’ ou comédia maluca que tanto sucesso viria a fazer nos anos seguintes. Caracterizando-se por um ritmo frenético e diálogos tão inteligentes quanto espirituosos este tipo de comédia só funciona bem com atores atuando próximos da perfeição, como foi o caso de John Barrymore e Carole Lombard. Ele como um produtor teatral possessivo, egocêntrico e literalmente teatral em seus gestos e discurso; ela como a atriz que alcança o sucesso (no cinema) após ser burilada por ele para os palcos. ‘Twentieth Century’ é o nome do famoso trem que ligava Nova York a Chicago em inacreditáveis 16 horas. Com grande parte da ação do filme se passando dentro do tem em movimento é ele uma metáfora para o ritmo vertiginoso dos diálogos de Ben Hecht e Charles MacArthur (Preston Sturges colaborou sem ser creditado) que exageram no uso de nomes mais ligados ao meio artístico. Já decadente Barrymore brilha intensamente e Carole Lombard deixa a impressão de uma perda irreparável para o cinema com sua morte aos 33 anos de idade. 8/10





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