O conto “The Killers”, de Ernest
Hemingway publicado em 1927, tinha apenas oito páginas e foi expandido por John
Huston sem que este recebesse o crédito do roteiro que ficou para Anthony Veiller.
Mark Hellinger produziu este filme cujo custo e a falta de grandes nomes no
elenco indicava ser apenas mais um noir ‘B’. Tanto que a direção ficou a cargo
de Robert Siodmak e a cinematografia com Elwood Bredell, nomes pouco importantes
no cenário de Hollywood. Hemingway que demonstrara preocupação porque seu conto
se transformara muito, inclusive com novos personagens, elogiou a nova história.
E que história, que roteiro e que assombroso pequeno grande filme Siodmak
realizou para a felicidade do famoso escritor! Tenso do princípio ao fim “Os Assassinos”
é narrado em nada menos que onze flash-backs com um roteiro intrincadamente perfeito
e com incontáveis momentos de emoção. A começar pela morte, logo no início, do
desencantado boxeador interpretado por Burt Lancaster. Nesta sua brilhante
estreia Lancaster deixava claro que o cinema ganhava um grande ator. Aos 23
anos de idade, Ava Gardner cria uma fascinante e maravilhosamente perversa amante
do gângster Albert Dekker. Um dos melhores e mais fatalistas policiais noir já
produzidos, 10/10
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