Mais conhecido pelas
superproduções como “Lawrence da Arábia”, “Dr. Jivago” e “A Ponte do Rio Kwai”
que arrebataram muitos prêmios Oscar, David Lean dirigiu também pequenos filmes
como o cultuado “Desencanto”. Neste caso um pequeno grande filme baseado em peça
de Noel Coward narrando os encontros de uma mulher e um médico num café em uma
estação de trens. Morando em subúrbios diferentes, ambos casados e chegando à
meia idade, se apaixonam perdidamente sem consumar fisicamente o amor que os
envolve. Esta história tocante prima pela extrema simplicidade dando maior
ênfase ao drama da esposa e sua patética relação com o marido. Martirizada
pelas mentiras que se vê obrigada a inventar para justificar os encontros sucumbe
afinal ao amor que a domina irresistivelmente. A sequência do apartamento emprestado
para o encontro que é frustrado com a chegada do amigo gay, é ambígua e somente
Noel Coward parece ter se divertido com a intromissão. Lean extrai singularmente
sensíveis interpretações de Celia Johnson e Trevor Howard com a tragédia
amorosa sendo melancolicamente pontuada pela música de Sergei Rachmaninoff e a
execução do Concerto N.º 2 para Piano. 9/10
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