sábado, 22 de julho de 2017

DESENCANTO (Brief Encounter), 1945


Mais conhecido pelas superproduções como “Lawrence da Arábia”, “Dr. Jivago” e “A Ponte do Rio Kwai” que arrebataram muitos prêmios Oscar, David Lean dirigiu também pequenos filmes como o cultuado “Desencanto”. Neste caso um pequeno grande filme baseado em peça de Noel Coward narrando os encontros de uma mulher e um médico num café em uma estação de trens. Morando em subúrbios diferentes, ambos casados e chegando à meia idade, se apaixonam perdidamente sem consumar fisicamente o amor que os envolve. Esta história tocante prima pela extrema simplicidade dando maior ênfase ao drama da esposa e sua patética relação com o marido. Martirizada pelas mentiras que se vê obrigada a inventar para justificar os encontros sucumbe afinal ao amor que a domina irresistivelmente. A sequência do apartamento emprestado para o encontro que é frustrado com a chegada do amigo gay, é ambígua e somente Noel Coward parece ter se divertido com a intromissão. Lean extrai singularmente sensíveis interpretações de Celia Johnson e Trevor Howard com a tragédia amorosa sendo melancolicamente pontuada pela música de Sergei Rachmaninoff e a execução do Concerto N.º 2 para Piano. 9/10



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