‘A vingança é um prato que se
come frio’, é a filosofia de Max Cady (Robert Mitchum) que arquiteta a mais
cruel das vinganças já mostradas em um filme. O promotor Sam Bowden (Gregory
Peck) condenou Cady e deve pagar por tê-lo feito amargar longa temporada na
prisão. Dirigido por J. Lee Thompson, este é um suspense para estômagos fortes
pois chega a ser repulsivo graças à interpretação demoníaca de Bob Mitchum,
certamente a melhor de sua excepcional carreira. Seu personagem zomba da lei
(que conhece bem) aterroriza a família de Bowden cuja vida se transforma em insuportável
pesadelo. O magnífico roteiro coloca o cidadão correto à mercê do inteligente bandido
numa odiosa inversão de valores muito comum em nossa sociedade. A censura
obrigou a exclusão de sequências em que Cady olha libidinosamente para a filha
de Bowden e estupra a esposa deste não sem antes borrifá-la com um ovo que
arrebenta com as mãos numa inimaginável metáfora sexual. Mas o que restou na
tela é repugnante para os padrões de Hollywood o que levou muitos críticos a
rotularem como pornografia, o que evidentemente não é. Mitchum está soberbo,
Peck tem bom desempenho à sombra de Bob. No elenco ainda a ótima Polly Bergen,
Telly Savalas e Barrie Chase que se confessou intimidada com a força de
Mitchum. A trilha de Bernard Herrmann é uma das mais perfeitas do grande
compositor. 9/10
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