Vladimir Nabokov escandalizou
o mundo da literatura em meados da década de 50 com sua obra-prima “Lolita”. Rotulado
como ‘romance erótico’, esse livro escrito com estilo primoroso e inovador
narrava a obsessão de um homem por meninas ainda na fase da puberdade. Aclamado
como um dos maiores romances do século, foi levado ao cinema pelo perfeccionista
Stanley Kubrick com roteiro adaptado pelo próprio Nabokov, ou quase. Isto
porque sabe-se que Kubrick praticamente reescreveu o roteiro que resultou um
filme com 153 minutos de duração, primeiro problema, ser longo demais. A Lolita
do livro de Nabokov tinha 12 anos, enquanto a atriz escolhida para interpretar
a ninfeta estava com 16 quando o filme foi realizado, descaracterizando a
personagem. Livro é livro e filme é filme, mas passagens importantes da obra
literária foram suprimidas e ampliado o personagem ‘Clare Quilty’,
possibilitando a Peter Sellers uma de suas mais irritantes composições no
cinema. Perdeu-se muito do refinado erotismo criado por Nabokov e o filme vale
pelo magnífico e trágico ‘Humbert Humbert’ do sempre brilhante James Mason,
assim como ótima está Shelley Winters como a viúva que quer o pedófilo para
padrasto de sua filha. 6/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário