Antes de escrever roteiros
e dirigir filmes, Samuel Fuller foi jornalista e ambientou seu quarto
longa-metragem na Park Row, a rua de Nova York onde se situavam os jornais.
Como a história escrita por Fuller se passa em 1886, os noticiosos eram ainda
compostos por tipógrafos nas caixas de tipos. É então fundado o ‘The Globe’ que
com a criatividade de seu editor passa a ameaçar os jornais maiores. Para sorte
do ‘The Globe’, ninguém menos que o relojoeiro Ottmar Mergenthaler faz parte da
equipe e revoluciona o mundo da imprensa com a máquina compositora Linotipo. Apesar
de ser semidestruído por ataques de adversário menos nobre o ‘The Globe’
sobrevive e Fuller deixa a mensagem: “Um
jornal pode ser bom ou ruim, dependendo do caráter de seu dono”. Samuel
Fuller gastou tudo que tinha à época (200 mil dólares) para produzir um filme fraco,
rodado em duas semanas, que quando muito interessará a jornalistas e gráficos.
Longe de qualquer comparação com “Cidadão Kane” (que também trata do mundo
jornalístico), o trabalho de câmera de Fuller é magnífico, o que não salva “A
Dama de Preto”, filme repleto de personagens insossos e com um romance mal
concebido entre Gene Evans (ator preferido de Fuller) e a inexpressiva Mary
Welch. 4/10
Direção: Samuel Fuller / Elenco: Gene Evans - Mary Welch - Bela Kovacs - Forrest Taylor - Don Orlando - Herbert Heyes - Neyle Morrow - Stuart Randall - George O'Hanlon - Tina Pine - Hal K. Dawson - Stanley Price - Dee Pollock - Jean Del Val - J. M. Kerrigan - Dick Elliott - Charles Horvath
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