Billy Wilder foi um eterno
provocador e raro filme seu que não desperte irritações a pequenos grupos ou até
nações. Foi o que aconteceu com “A Mundana”, que desagradou alemães e mais
ainda ao Exército norte-americano. Com roteiro de Wilder em parceria com
Charles Brackett a história se passa em uma Berlim inteiramente destruída após
a II Grande Guerra, onde chegam congressistas para observar o comportamento dos
soldados que tomavam conta da área ocupada pelas tropas de ‘Tio Sam’. Mercado
negro a todo vapor, frauleins se vendendo por barras de chocolate e um
inusitado triângulo amoroso entre uma congressista, um tenente americano e uma cantora
alemã formam farto material para a mordacidade de Wilder. “A Mundana” só não é
melhor porque Jean Arthur é incapaz de se despir do seu tipo de moça séria numa
situação próxima à de Ninotchka. E ainda porque John Lund é um ator com ilimitada
capacidade de ser inexpressivo. Mas há a maravilhosa Marlene Dietrich e sua irresistível
sensualidade quando olha, fala e dança e mais ainda quando canta três canções
de Fredrich Hollaender, o mesmo que compôs as músicas que La Dietrich
interpreta em “O Anjo Azul”. Hollaender aparece ao piano acompanhando Marlene
no cabaré repleto de soldados. 8/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário