Baseado em fatos reais,
este drama policial explora o mesmo tema de “Sindicato de Ladrões”, realizado
três anos antes e vencedor de oito prêmios Oscar. Como não poderia deixar de
ser há diversos pontos comuns entre os dois filmes já que a história se
desenrola no porto de Nova York com os estivadores sendo vítimas da máfia que
os intimidava e cobrava pela proteção. Ocorre uma morte de um estivador
revoltado e o procurador William Keating (Richard Egan), contra todas as
adversidades, obstinadamente quer esclarecer o crime e colocar na cadeia os
autores. Um dos problemas é a ‘lei do silêncio’ que impera no caís e o problema
maior é o mafioso Al Dahlke (Walter Matthau) que a todo custo procura calar
Keating. O procurador ganha a simpatia dos estivadores e com eles enfrenta a gang
em luta corporal e depois, no tribunal, leva a melhor com a condenação dos
criminosos. Com produção quase de filme ‘B’, o diretor Arnold Laven teve em
mãos um roteiro primoroso e um elenco impecável com destaque para a excelente
Jan Sterling e Dan Duryea em curta e memorável aparição como antipático advogado
de defesa. Richard Egan perfeito e Walter Matthau ótimo quando ainda estavam
longe os dias que o consagrariam como estupendo comediante. O autor da história
é William Keating que protagoniza a narrativa como o procurador vivido por
Egan. 8/10
domingo, 28 de junho de 2020
sábado, 13 de junho de 2020
BULLITT (Bullitt), 1968
Este filme policial é, mesmo
com suas muitas imperfeições, merecidamente considerado um clássico por dois
fatores principais. Este comentário até pode parecer contraditório, mas “Bullitt”,
desde seu lançamento, foi a mais influente aventura no gênero com a excepcional
sequência de perseguição entre automóveis nas ladeiras de São Francisco. A segunda
e também importante razão é a presença de Steve McQueen. Ele é o detetive Frank
Bullitt, designado para proteger uma testemunha que deveria depor contra a
máfia no Senado. A testemunha é morta e o policial se empenha em descobrir a
quem interessava a sua morte, o que faz mesmo pressionado por um político e por
seus superiores policiais. O roteiro não muito claro tem algumas situações
pouco verossímeis e ainda a inteiramente desnecessária presença da namorada de
Bullitt (Jacqueline Bisset, belíssima) que comprometem este thriller dirigido
por Peter Yates. Steve McQueen domina todo o filme com sua discreta porém
eficiente interpretação que se impõe com seu incrível carisma. McQueen só perde
mesmo, por onze eletrizantes minutos, para o Mustang GT 390 Fastback 1968 e o Dodge
Charger 440 Magnum também 1968 na fantástica e realística perseguição que os
veículos travam em alta velocidade. E Steve é visto ao volante do Mustang em
diversos desses momentos. Robert Duvall tem pequena participação. 8/10
domingo, 7 de junho de 2020
PACTO SINISTRO (Strangers on a Train), 1951
A reunião dos talentos de
Patricia Highsmith (autora da história), Raymond Chandler (roteiro), Robert
Burks (fotografia) e Alfred Hitchcock como diretor só poderia resultar em um
grande filme, um dos melhores do Mestre do Suspense. Em “Pacto Sinistro” Hitch
faz o que mais gosta que é brincar com os nervos do espectador e cutucá-lo em
aspectos psicológicos com ferina mordacidade. Hitch é cáustico ao extremo como
quando o personagem Bruno Anthony (Robert Walker) pergunta: ‘Quem nunca pensou
em matar alguém?’ Guy Haynes (Farley Granger) é um tenista que quer o divórcio
negado pela esposa, para se casar com outra mulher. Bruno Anthony é um
psicopata que quer ver seu pai morto e propõe a Haynes um pacto funesto,
antecipando-se e matando a esposa do tenista. No restante do filme Anthony assedia
Haynes para que ele cumpra sua parte. Este é daqueles filmes que alguns detalhes
tornam inesquecível, entre eles o isqueiro acusador, o assassinato mostrado
através das lentes de um óculos, o cão ameaçador no alto da escada da mansão
lúgubre, o carrossel girando em alta velocidade e, causando suspense maior, a
partida de tênis. Tudo puro Hitchcock. Último filme do infeliz Robert Walker
que faleceria dois meses após o lançamento e seu melhor trabalho no cinema em
admirável despedida aos 32 anos de idade. Farley Granger bem como o desesperado
tenista e Ruth Roman quase decorativa. 9/10
sexta-feira, 29 de maio de 2020
ALMA EM SUPLÍCIO (Mildred Pierce), 1945
Após o êxito de “Pacto de
Sangue”, ocorreu o anúncio da filmagem de outra história de James M. Cain,
desta vez “Mildred Pierce”. Hollywood entrou em sobressalto com quase todas
atrizes famosas querendo interpretar esse personagem que acabou nas mãos de
Joan Crawford. A determinada Mildred Pierce tem altos e baixos na vida,
trabalhando algum tempo como garçonete e Joan Crawford era conhecida pela
elegância que costumava desfilar nas telas. Só mesmo o autoritário Michael
Curtiz para, após muitas batalhas, desglamurizar a atriz, o que resultou na
melhor atuação de sua carreira e que lhe rendeu um Oscar pela brilhante atuação.
Mildred Pierce separa-se do primeiro marido (Bruce Bennett) e, ao ser bem
sucedida na vida, passa a ser explorada por Monte Beragon (Zachary Scott), seu segundo
esposo. Monte seduz Veda, a filha de Mildred (Ann Blyth aos 17 anos) e acaba
assassinado num caso intrincado, restando descobrir quem o teria matado. Excelente
melodrama noir com tema que leva a extremos a sordidez humana, tudo realçado pela
magnífica fotografia de Ernest Haller. Jack Carson é o amigo cínico e
conquistador que ‘tenta duas vezes por semana’ dormir com Mildred e se vê
envolvido no assassinato. Além de Joan Crawford, Ann Blyth (aos 17anos) e Eve
Arden concorreram ao Oscar, estas de Melhor Atriz Coadjuvante. 9/10
quarta-feira, 20 de maio de 2020
A VERDADE (La Vérité), 1960
Dramas desenrolados em
tribunais interessam, em geral, mais a estudantes de Direito que às plateias.
Talvez essa tenha sido a razão deste, que foi o penúltimo filme de Henri-Georges
Clozout, não ter obtido o devido reconhecimento, seja de público e de crítica.
Estrelado por Brigitte Bardot como Dominique Marceau, jovem que sai de uma
cidade pequena com a irmã (Marie-José Nat) para viver em Paris e ambas acabam
formando um triângulo amoroso com Gilbert Tellier, também jovem e que está se
formando maestro. Desesperada porque Gilbert decide ficar com a irmã, Dominique
o mata a tiros e o tribunal parisiense se reúne para julgar a assassina. O
advogado de defesa (Charles Vanel) tenta atenuar a pena de Dominique, enquanto
o causídico que representa a mãe de Gilbert (Paul Meurisse) quer a pena de
morte para a moça. Seria apenas mais um filme sobre horas de um julgamento,
caso Clouzot, com maestria, não contasse em flash-backs versões conflitantes da
história deixando a todos no tribunal (e os espectadores também) ansiosos por
conhecer o final. A melhor atuação séria de BB no cinema, ao mesmo tempo em que
está provocante, em especial na antológica sequência ao som de ‘Yo Tengo una Muñeca’.
Admiráveis interpretações de Vanel, Meurisse e ainda Louis Seigner como o juiz.
Brilham Jean-Loup Reynold e André Oumansky demonstrando que pequenos papeis
podem se tornam relevantes. 9/10 (Darci Fonseca para o blog Ídolos da Tela)
sexta-feira, 8 de maio de 2020
BOLEIROS, ERA UMA VEZ O FUTEBOL, 1998
Futebol e cinema nasceram
quase na mesma época e a sétima arte, dezenas de vezes no Brasil e no Exterior,
tentou mostrar as coisas do futebol. Nunca conseguiu fazê-lo de forma
inteiramente satisfatória, até que Ugo Georgetti, o mais paulistano de todos os
cineastas resolveu falar desse esporte que tanto admira como lemos nas suas
crônicas dominicais no Estadão. Até despretensiosamente Georgetti conta em “Boleiros”
seis histórias, narradas por amigos que, como tantos outros, se reúnem numa
mesa de bar para lembrar fatos ocorridos com eles próprios ou com personagens ‘de
ficção’. Os episódios são lembrados com humor, poesia e emoção pelos boleiros,
todos de algum modo ligados ao futebol. O caso do juiz ‘Virgílio Pênalti’
(Otávio Augusto) é hilário, antológico mesmo dentro da comédia nacional; ‘Paulinho
Majestade’ não querendo perder a majestade adquirida nos gramados; os fiéis torcedores
pressionando o jogador contundido; ‘Azul’, que não é outro senão o infeliz Dener;
o pivete bom de bola melhor que os filhinhos da mamãe da escolinha de futebol; e
o craque conquistador que dá um drible no técnico enfezado. Um episódio mais
saboroso que o outro mostrando como é o chamado ‘esporte bretão’ (há até uma
divertida mesa-redonda na TV), reunião que é finalizada com ‘Naldinho’/Luizinho
arrancando lágrimas num inesquecível momento de Flávio Migliaccio. Brilham
acima de todos no grande elenco Adriano Stuart, Lima Duarte e Otávio Augusto.
Obra-prima do nosso cinema. 10/10
segunda-feira, 4 de maio de 2020
UM RETRATO DE MULHER (The Woman in the Window), 1944
Em sua fase norte-americana
o alemão Fritz Lang realizou excelentes filmes, especialmente os noir como este
“Um Retrato de Mulher”. Com roteiro de Nunnally Johnson, Lang conta a história
de Richard Wanley (Edward G. Robinson) um maduro professor de Criminologia de
uma tradicional faculdade que tem um pesadelo no qual se envolve com uma mulher
e acaba por cometer um crime de morte. Afinal Wanley desperta e aliviado
descobre que tudo não passara de um terrível tormento que tivera durante o
rápido sono no qual caíra após uma dose a mais tomada junto com dois amigos, um
médico e um promotor de Justiça. Alice Reed (Joan Bennett) é a mulher que Wanley
conhece nesse aflitivo sonho, rosto que ele admirou em um retrato em uma
vitrine. O espectador até desconfia pela sucessão de coincidências que a
aventura vivida pelo professor não fosse real, mas Lang transporta a angústia e
o desespero do professor para quem assiste o filme. E mais admiravelmente ainda
o diretor faz com que Wanley revele instintos obscuros que ele próprio jamais
imaginara possuir. E.G. Robinson está magnífico e Dan Duryea é um cínico chantagista.
Joan Bennett linda e sensual deixa a desejar como a mulher do retrato. Atenção para
a genial sequência em que Wanley desperta do pesadelo. 9/10
domingo, 3 de maio de 2020
AMOR A TODA VELOCIDADE (Viva Las Vegas), 1964
Os melhores filmes da fase
inicial (a melhor) da carreira de Elvis Presley como ator foram aqueles
dirigidos por diretores conceituados como Michael Curtiz e Don Siegel. Quando
se anunciou que George Sidney iria dirigir o Rei do Rock imaginou-se que do
encontro resultaria um grande sucesso. E foi o que aconteceu, ao menos em
termos de público que não deixou de correr para ver o grande ídolo
interpretando um piloto de competições que, precisando de dinheiro, vai a Las
Vegas onde acaba como garçon mas com tempo para namorar e conquistar
Ann-Margret. Ah, claro que ao final Elvis consegue vencer o GP de Las Vegas.
Tudo em meio a muita música, nem todas com a qualidade da canção-título ‘Viva
Las Vegas’ e principalmente da clássica ‘What’d I Say’, momento maior do filme.
Presley canta animadamente ‘The Yellow Rose of Texas’ e ‘Santa Luzia’, esta
apenas ouvida na trilha musical. Porém este “Amor a Toda Velocidade” fica longe
dos grandes musicais de Sidney ainda que agrade em cheio aos fãs de Elvis que
pouco se importam com sua limitação como ator. Ann-Margret chega a ofuscar o
The King pois canta e dança, ainda que apenas razoavelmente, mas é bonita,
graciosa e sensualíssima. Elenco de coadjuvantes inexpressivo que desperdiça
Wiliam Demarest. “Feitiço Havaiano” nunca foi superado como veículo para Elvis
Presley. 6/10
quinta-feira, 30 de abril de 2020
O FINO DA VIGARICE (Caccia Alla Volpe), 1966
Vittorio De Sica, realizador
de inúmeros grandes filmes renegou esta comédia mesmo sendo a mais engraçada
que tenha filmado, incluídas aquelas com Sofia & Mastroianni. Peter Sellers
no auge de sua carreira, ele que sempre gostou de interpretar diversos
personagens dentro da mesma história vive Aldo Vanucci (a ‘Raposa’ do título),
um mestre dos disfarces. Para desembarcar na Itália um enorme carregamento de
ouro que ele Vanucci e sua desastrada quadrilha roubaram no Cairo, ele se
transforma em ‘Federico Fabrizzi’, diretor de cinema. O decadente ator
norte-americano Tony Powell (Victor Mature) é o astro do filme numa hilariante
autoparódia. Ninguém poderia imaginar como Mature se tornaria engraçado pelas
mãos de De Sica, muito, mas muito mais que o próprio Peter Sellers, de quem
rouba o filme. Baseado em texto original escrito por Neil Simon e que contou
ainda com a ajuda de Cesare Zavattini no roteiro, “O Fino da Vigarice” só não é
mais divertida porque De Sica se perde um pouco quando a comédia busca ação ao
invés dos diálogos sarcásticos. Em uma das melhores tiradas Mature pergunta o que
é neo-realismo e a resposta é: ‘filmar com pouco dinheiro’. Irreverência maior
sobra para críticos que enxergam arte onde ela não existe durante a exibição do
filme de Federico Fellini, ops, digo Fabrizzi. Akim Tamiroff e Lando Buzzanca no
elenco e uma ponta de De Sica. 8/10
quinta-feira, 23 de abril de 2020
SONHOS DE UM SEDUTOR (Play it Again, Sam), 1972
Woody Allen esta comédia
para o teatro e depois ele mesmo roteirizou para o cinema e onde a protagonizou.
Curiosamente Allen deixou de dirigir este filme que iria ser determinante em
sua carreira pois ele nunca mais abandonaria o tipo neurótico e apaixonado por
cinema que criou. Quem dirigiu foi Herbert Ross mas toda a comédia é puro woodyalleniana
contando como Allan Felix (Woody Allen), um crítico de cinema que já assistiu dezenas
de vezes “Casablanca”, imagina a presença de Humphrey Bogart (Jerry Lacy) para
ajudá-lo a resolver sua intrincada vida amorosa. Felix foi abandonado pela mulher
(Susan Anspach) e se envolve com Linda (Diane Keaton), a esposa de seu melhor
amigo (Tony Roberts), tudo sob medida para que ele, num final que parodia seu
filme preferido, possa dizer a Linda as frases que Bogart/Dick disse a Ingrid
Bergman/Ilsa ao vê-la partir de Casablanca. Woody e Allen que então viviam
juntos repetiram os personagens que criaram na Broadway e fazem rir o tempo
todo, ainda que Woody seja mais engraçado com o que fale que tentando de modo
histriônico a comicidade física. O ‘Bogart’ deste filme nem sempre tem o ‘timing’
e as falas ideais mas nada disso impedem que “Sonhos de um Sedutor” seja a
melhor das comédias nostálgicas. Imperdível para os fãs de “Casablanca’, para
os fãs de cinema em geral e para os fãs ou não de Allen. 9/10
quinta-feira, 16 de abril de 2020
LÚCIA McCARTNEY, UMA GAROTA DE PROGRAMA, 1971
Não fosse chamado de ‘Cinema
Novo’, este movimento bem poderia ser denominado ‘Cinema do Oba-Oba’. Com uma
ideia nem sempre boa na cabeça, uma câmera na mão, alguns poucos atores e
muitos amigos e... vamos fazer um filme. Rubens Fonseca havia iniciado sua
brilhante trajetória como contista e escritor e ‘Lúcia McCartney’ era um de
seus contos mais conhecidos. Foi esse conto que David Neves decidiu filmar com
roteiro do próprio autor. Lúcia McCartney (Adriana Prieto) é uma garota de
programa que, ao som de canções dos Beatles conhece um industrial paulista por quem
se apaixona loucamente. Ele a deixa e o conto é emendado com outro chamado ‘A
História de F.A.’ no qual um advogado (Paulo Villaça) resgata uma prostituta a
pedido de um diplomata. O problema é que nada funciona na história confusa e
insossa. Para ajudar Albino Pinheiro, que foi muita coisa na vida, menos ator,
e inúmeros convidados com participações inoportunas completam o filme que não
perde uma sequência sequer para lembrar que o diretor é fã de Jean-Luc Godard. Adriana
Prieto, falecida aos 24 anos é bonitinha e só e Paulo Villaça é a melhor coisa
da película, ainda que repetindo o tipo característico de cafajeste que sempre
levou à tela. A cena de luta é risível e tampe ou ouvidos para partes da trilha
musical. 3/10
quinta-feira, 9 de abril de 2020
AS DIABÓLICAS (Les Diaboliques), 1955
Alfred Hitchcock bem queria
filmar o livro “Celle qui n’était plus”, mas Henri-Georges Clouzot chegou antes
e realizou o suspense mais hitchcockiano do cinema. Em quase duas horas que não
permitem ao espectador respirar direito, Clouzot conta como Christina (Vera
Clouzot) e Nicole (Simone Signoret), duas professoras amigas, decidem
assassinar Michel (Paul Meurisse), o violento e despótico marido de Christina.
Após consumar o assassinato, uma série de situações estranhas passam a ocorrer
o que leva Christina ao desespero até que ela não mais suporte o medo e a
culpa. Como o próprio Clouzot pede ao final de “As Diabólicas”, mais não se
pode dizer sobre o desfecho deste filme, desfecho que é decepcionante e
incondizente com o admirável desenvolvimento ao longo do thriller. Poucas vezes
a morbidez atingiu tamanho grau e é uma pena que o roteiro dissipe o
lesbianismo que existe no livro e é levemente insinuado no filme. Afinal era
1955 ainda. Simone Signoret é magnífica e Paul Meurisse excelente, enquanto a
atriz brasileira Vera Clouzot quase coloca a perder o trabalho e dedicação do
esposo-diretor que se esforça ao extremo para ressaltar sua participação. Sucesso
de público e crítica, este é um dos grandes filmes de suspense que o Mestre
Alfred nunca cansava de elogiar e que foi muito imitado. Hollywood fez uma
versão com Sharon Stone. 9/10
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