A reunião dos talentos de
Patricia Highsmith (autora da história), Raymond Chandler (roteiro), Robert
Burks (fotografia) e Alfred Hitchcock como diretor só poderia resultar em um
grande filme, um dos melhores do Mestre do Suspense. Em “Pacto Sinistro” Hitch
faz o que mais gosta que é brincar com os nervos do espectador e cutucá-lo em
aspectos psicológicos com ferina mordacidade. Hitch é cáustico ao extremo como
quando o personagem Bruno Anthony (Robert Walker) pergunta: ‘Quem nunca pensou
em matar alguém?’ Guy Haynes (Farley Granger) é um tenista que quer o divórcio
negado pela esposa, para se casar com outra mulher. Bruno Anthony é um
psicopata que quer ver seu pai morto e propõe a Haynes um pacto funesto,
antecipando-se e matando a esposa do tenista. No restante do filme Anthony assedia
Haynes para que ele cumpra sua parte. Este é daqueles filmes que alguns detalhes
tornam inesquecível, entre eles o isqueiro acusador, o assassinato mostrado
através das lentes de um óculos, o cão ameaçador no alto da escada da mansão
lúgubre, o carrossel girando em alta velocidade e, causando suspense maior, a
partida de tênis. Tudo puro Hitchcock. Último filme do infeliz Robert Walker
que faleceria dois meses após o lançamento e seu melhor trabalho no cinema em
admirável despedida aos 32 anos de idade. Farley Granger bem como o desesperado
tenista e Ruth Roman quase decorativa. 9/10
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