quarta-feira, 20 de maio de 2020

A VERDADE (La Vérité), 1960


Dramas desenrolados em tribunais interessam, em geral, mais a estudantes de Direito que às plateias. Talvez essa tenha sido a razão deste, que foi o penúltimo filme de Henri-Georges Clozout, não ter obtido o devido reconhecimento, seja de público e de crítica. Estrelado por Brigitte Bardot como Dominique Marceau, jovem que sai de uma cidade pequena com a irmã (Marie-José Nat) para viver em Paris e ambas acabam formando um triângulo amoroso com Gilbert Tellier, também jovem e que está se formando maestro. Desesperada porque Gilbert decide ficar com a irmã, Dominique o mata a tiros e o tribunal parisiense se reúne para julgar a assassina. O advogado de defesa (Charles Vanel) tenta atenuar a pena de Dominique, enquanto o causídico que representa a mãe de Gilbert (Paul Meurisse) quer a pena de morte para a moça. Seria apenas mais um filme sobre horas de um julgamento, caso Clouzot, com maestria, não contasse em flash-backs versões conflitantes da história deixando a todos no tribunal (e os espectadores também) ansiosos por conhecer o final. A melhor atuação séria de BB no cinema, ao mesmo tempo em que está provocante, em especial na antológica sequência ao som de ‘Yo Tengo una Muñeca’. Admiráveis interpretações de Vanel, Meurisse e ainda Louis Seigner como o juiz. Brilham Jean-Loup Reynold e André Oumansky demonstrando que pequenos papeis podem se tornam relevantes. 9/10 (Darci Fonseca para o blog Ídolos da Tela)





Um comentário:

  1. A brasileira Vera clouzot esposa do diretor teve ai o seu último trabalho pois morreria em dezembro de 1960 um mês após o lançamento do filme. Ela participou do roteiro.

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