Quando foi lançada a versão
norte-americana de “Perfume de Mulher”, com Al Pacino, praticamente todos os
críticos compararam negativamente esse filme com o original italiano dirigido
por Dino Risi. E lembraram que Vittorio Gassman como o aposentado capitão cego com
o braço esquerdo mutilado teve uma daquelas atuações impossíveis de serem
superadas. Mas como poderia Hollywood ao menos igualar este que é um dos
melhores filmes de Dino Risi, menos engraçado que “Aquele que Sabe Viver” mas
tão tragicômico como este? Ficou provado que certo tipo de cinema não se adequa
ao comercialismo de Hollywood. Com “Perfume de Mulher” Risi se equilibra
soberbamente entre o drama e a farsa criando um personagem que tenta esconder
com seu sarcasmo e arrogância a amargura de sua vulnerabilidade que ele não
aceita. A única saída é a morte mas diante dela Fausto se mostra não o leão que
simulava ser, mas um homem fraco e titubeante. A primeira metade de “Perfume de
Mulher” é primorosa, caindo no final especialmente pela presença da bela jovem
apaixonada e rejeitada por Fausto quando o mais correto seria uma mulher mais
madura para servir-lhe do amparo que ele nunca aceitou. Alessandro Momo, que
interpreta o ajudante de Gassman, faleceu antes de completar 18 anos e antes do
filme ser lançado em 1974. 8/10
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