Fred Zinnemann tinha predileção
por personagens fortemente determinados que não abriam mão de seus princípios
mesmo quando submetidos aos desígnios de poderosos sem escrúpulos. Assim foram Will
Kane, Sir Thomas Moore e o soldado Robert E. Lee Prewitt, este de “A Um
Passo da Eternidade”. As mais de 800 páginas do best-seller de James Jones que escancarou
as mazelas do militarismo foram transformadas num filme de 118 minutos que igualmente
denunciou que ser soldado não significava apenas a possibilidade de voltar da
guerra com o peito coberto de medalhas. Para poder filmar o livro a Columbia teve
que atenuar ou omitir passagens, mas estão neste corajoso filme, tão forte
quanto amargo, a crueldade cercada pelos muros do quartel de uma base aérea no
Havaí em 1941, às vésperas do ataque a Pearl Harbor. “A Um Passo da Eternidade”
arrebatou cinco prêmios Oscar, ignorando a extraordinária interpretação de
Montgomery Clift que humilhou Burt Lancaster e Frank Sinatra (boa atuação, mas
não para o prêmio que recebeu). Deborah Kerr inteiramente fora da personagem da
esposa adúltera (por onde andava Lana Turner?) e Donna Reed (outra premiação equivocada).
O tempo não fez muito bem a “A Um Passo da Eternidade” que hoje impressiona
muito menos que décadas atrás, sem deixar de ser um grande filme. 8/10
Diretor:
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