Filmes com elencos compostos
exclusivamente por negros sempre fracassaram nas bilheterias e nada
indicava que Hollywood voltasse a produções desse tipo. Mas eis que o austro-húngaro
Otto Preminger convenceu a 20th Century-Fox a produzir um musical só com negros
no elenco. Mais surpreendente ainda é que o filme seria uma versão da ópera “Carmen”,
de Georges Bizet, aproveitando a adaptação feita para a Broadway em 1943 com
letras de Oscar Hammerstein II. A cigana Carmen passa a ser uma mulata
irrequieta e atrevida que conquista o cabo da Força Aérea Joe e o trai com o
campeão de boxe Husky Miller, com a história transferida para os tempos da II
Grande Guerra. Como não poderia deixar de ser essa ‘subversão’ foi boicotada
nos Estados Unidos, fazendo no entanto sucesso e sendo bastante premiada na
Europa, menos na França, onde foi proibida. “Carmen Jones” teve brilhante
direção e foi admiravelmente interpretado por Dorothy Dandridge e Harry
Belafonte, ambos dublados nas sensacionais canções. “La Habanera” virou “Dat’s
Love” e “Toreador” ficou sendo “Stan’ up an’ Fight”, alguns dos destaques da
esplêndida trilha musical. O trágico desfecho é pura emoção e Dorothy só não se
tornou uma das maiores estrelas de seu tempo porque era negra. Por sua
deslumbrante atuação foi indicada ao Oscar, mas a Academia preferiu a loura
Grace Kelly. 9/10
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