quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

CARMEN JONES (1954)


Filmes com elencos compostos exclusivamente por negros sempre fracassaram nas bilheterias e nada indicava que Hollywood voltasse a produções desse tipo. Mas eis que o austro-húngaro Otto Preminger convenceu a 20th Century-Fox a produzir um musical só com negros no elenco. Mais surpreendente ainda é que o filme seria uma versão da ópera “Carmen”, de Georges Bizet, aproveitando a adaptação feita para a Broadway em 1943 com letras de Oscar Hammerstein II. A cigana Carmen passa a ser uma mulata irrequieta e atrevida que conquista o cabo da Força Aérea Joe e o trai com o campeão de boxe Husky Miller, com a história transferida para os tempos da II Grande Guerra. Como não poderia deixar de ser essa ‘subversão’ foi boicotada nos Estados Unidos, fazendo no entanto sucesso e sendo bastante premiada na Europa, menos na França, onde foi proibida. “Carmen Jones” teve brilhante direção e foi admiravelmente interpretado por Dorothy Dandridge e Harry Belafonte, ambos dublados nas sensacionais canções. “La Habanera” virou “Dat’s Love” e “Toreador” ficou sendo “Stan’ up an’ Fight”, alguns dos destaques da esplêndida trilha musical. O trágico desfecho é pura emoção e Dorothy só não se tornou uma das maiores estrelas de seu tempo porque era negra. Por sua deslumbrante atuação foi indicada ao Oscar, mas a Academia preferiu a loura Grace Kelly. 9/10





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