Desde “Umberto D” (1952),
esperava-se um grande filme de Vittorio De Sica que então deu início a um
projeto baseado em conto de Alberto Moravia adaptado por Cesare Zavatini e De
Sica. Anna Magnani seria a protagonista mas o papel acabou nas mãos de Sophia Loren
por ‘sugestão’ do produtor Carlo Ponti, marido da atriz. As duas mulheres do
título nacional são a viúva Cesira (Sophia) e sua filha Rosetta (Eleonora
Brown), de 13 anos, que, quase ao final da II Guerra fogem de Roma bombardeada
pelos Aliados, em direção a uma pequena cidade mais ao Sul da capital. Lá
chegando conhecem o estudante Michele (Jean-Paul Belmondo) que se apaixona por
Cesira mas é morto pelos alemães que ainda estão na região. Acuadas, Cesira
decide retornar a Roma e, ao se esconderem numa igreja semidestruída, são ali
estupradas por soldados marroquinos das forças Aliadas. Esta angustiante
evocação dos horrores da guerra é tocante tanto no desespero de um povo quanto
no trauma sofrido por mãe e filha. Momento maior da carreira de Sophia que
cresce sempre nas mãos de De Sica e interpretando tipos populares. Infelizmente
Hollywood, fascinada por sua beleza, nunca aproveitou devidamente o talento da atriz.
Surpreendente interpretação de um Belmondo diferente, desta vez como um jovem
idealista. “Duas Mulheres” é um bom filme mas distante do De Sica das
obras-primas que o imortalizaram como diretor. 8/10
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