Em 1958 o estupendo diretor
de comédias Mário Monicelli realizou aquela que parecia ser sua obra-prima
definitiva que foi “Os Eternos Desconhecidos”. Mas eis que em 1966 o diretor
romano fez o mundo rir igualmente com o mais bizarro ‘exército’ medieval que se
poderia imaginar. Liderado pelo nobre decadente Brancaleone de Nórcia (Vittorio
Gassman), um grupo esfarrapado decide seguir Brancaleone até Auricastro onde
ele se tornaria o Senhor absoluto nomeando dando a seus soldados títulos de
nobreza e riqueza. A eles se junta o também Cavaleiro Teofilatto dei Leonzi
(Gian Maria Volontè). Até chegar a Auricastro o grotesco grupo enfrenta toda
sorte de insólitos riscos, tão perigosos quanto engraçados. Esqueça-se tudo que
o cinema havia apresentado até então nos solenes filmes em que nobres
cavaleiros lutavam com galhardia pela conquista de novos feudos e pelo amor de
castas princesas. Brancaleone com seu exército transforma aquele universo em pura
galhofa numa comédia inesquecível como a canção que acompanha a marcha do estapafúrdio
grupo (Branca, Branca, Branca / Leon, Leon, Leon). Gassman memorável e Carlo
Pisacane (como o judeu Abacuc) impagável, mais a música de Carlo Rustichelli e
a fotografia de Carlo Di Palma. A sequência de 1970, "Brancaleone nas Cruzadas”,
não teve a mesma graça. 9/10
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