A cantora Doris Day já
havia revelado seu talento como atriz de comédias e musicais. Faltava-lhe o
desafio de uma interpretação dramática e este veio ao interpretar a também
cantora Ruth Etting que, nos anos 20, fora um dos maiores nomes do rádio e dos
palcos. Desafio ainda maior para Doris seria contracenar com James Cagney, este
como o empresário-gângster de Chicago que se tornou mentor de Ruth Etting.
Doris não se intimidou com a presença de Jimmy, enfrentando-o de igual para
igual em sequências carregadas de dramaticidade.
Como uma luva e sem economizar no histerismo habitual Cagney se encaixou com
perfeição como Martin Snyder, o gângster que distribui socos a granel e até uma
violenta bofetada em Ruth, atirando ainda no rival interpretado por Cameron
Mitchell. Mas quem brilha intensamente é Doris Day, não só pela excelente
atuação mas bafejada que foi por um incrível conjunto de canções clássicas, as
quais interpreta com seu talento extraordinário de cantora. Doris, como se
sabe, antes de ir para Hollywood foi, por anos, crooner da orquestra de Les
Brown e traquejo é o que não lhe faltava. Os arranjos musicais são de Percy
Faith e “Ama-me ou Esquece-me” só não é melhor porque, como de hábito, faltou
maior inspiração ao diretor Charles Vidor. Um must para os fãs de Doris e da
melhor música norte-americana. 8/10
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