John Waters tem muitos
admiradores e seus filmes “Pink Flamingos” e “Polyester”, ambos estrelados pelo
performer Divine, se tornaram cults mesmo rotulados de escatológicos. Com “Hairspray”,
também com Divine, John Waters amenizou sua irreverência e conquistou um
público ainda maior. Em seguida ele dirigiu “Cry Baby”, na mesma linha do
anterior, ou seja, ambientado (sempre em Baltimore) e nos tempos ingênuos do
rock’n’roll. “Cry Baby” (Johnny Depp) é um jovem transviado por quem Allison
(Amy Locane) se apaixona. Ela pertence ao high society da cidade e sua
vigilante tia (Polly Bergen) faz o possível para impedir o romance. Tudo que já
se viu em filmes do gênero, corridas mortais com automóveis a la “Juventude
Transviada” e Cry Baby preso como Elvis em “Prisioneiro do Rock”, além de
brigas entre jovens, acontece ao som de muitos rocks e baladas românticas. O
final é o mais água com açúcar que Waters pode conceber e a sátira é divertida,
sem ser brilhante. Há poucos rostos bonitos como os de Sandra Dee e Troy Donahue
(que tem pequena participação) pois Waters prefere personagens bizarros
interpretados por gente como Iggy Pop, Willem Dafoe, Susan Tyrrell e a
inacreditável ‘Cara-de-Machado’ Kim McGuire. Joe Dallesandro interpreta um...
pastor. Johnny Depp ainda não era o astro que se tornou e quem rouba o filme
todo é a maravilhosa Polly Bergen, muito bonita aos 60 anos. 7/10
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