quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

LA DOLCE VITA, 1960


Revisto 30 anos após seu lançamento este filme de Federico Fellini não causou o mesmo impacto pois o mundo havia mudado bastante em três décadas. Em 1960 o Vaticano tentara proibir sua exibição, declarando-o, através de seus jornais, um filme blasfemo, um verdadeiro sacrilégio, tendo sido banido em alguns países católicos. Assistido quase 60 anos depois esta realização de Fellini mostra-se atemporal e universal em muitos aspectos que não aqueles que chocaram ao mostrar o hedonismo, a devassidão e a frivolidade retratada na Roma dos anos 60. Sem nenhuma pretensão de inovação cinematográfica, “La Dolce Vita” criou uma nova forma de fazer cinema, com um tipo de narrativa onde aparentemente nada acontece mas que magicamente envolve o espectador. É a atmosfera felliniana que seduz e conduz aos simbolismos que seu filme contém, à crítica social e à futilidade de comportamento. Não há uma trama estabelecida e o único personagem central é o do jornalista Marcello, através de quem a sardônica prosa de Fellini dividida em sete episódios transcorre por quase três horas sem jamais cansar o espectador. Marcello Mastroianni revelou-se com este filme um dos grandes sedutores do cinema e ao mesmo tempo um admirável ator. Ao lado de “Amarcord” as obras-primas de Fellini. 10/10





Diretor:

Nenhum comentário:

Postar um comentário