É curioso este filme ter
causado tão grande impacto quando de seu lançamento, isto porque, a esse tempo,
astros do rock e anteriormente do rock’n’roll eram mais conhecidos pela
rebeldia que pelo conformismo expresso na maior parte da película. “Privilégio”
trata da manipulação de um cantor, o mais famoso de uma Inglaterra em tempos da
Swinging London, por parte daqueles que guiam sua carreira. O grande ídolo do
momento na Inglaterra é Steven Shorter (Paul Jones) e a Igreja e o Estado, em
conluio com seus empresários e ainda com os investidores, todos inescrupulosos,
usam-no para encaminhar os movimentos sociais que lhes interessam. O cantor tem
sua imagem violenta convertida em arauto da igreja, da paz e até mesmo adquirindo
milagrosos poderes de cura. Todos ganham com isso mas não contam que Shorter, apoiado
pela namorada Vanessa Ritchie (Jean Shrimpton), reflete e decide ser ele mesmo
e não mais a marionete na qual o transformaram. Isso significa o seu fim
artístico e em menos de um ano Shorter não passa de uma mera lembrança. O
diretor Peter Watkins consegue duas ou três sequências que impressionam
bastante mas o filme é, em seu conjunto, inconvincente. Paul Jones, que era vocalista
da banda Manfred Mann, e Jean Shrimpton, então a mais famosa modelo daquela
década, surpreendem por interpretarem bastante bem seus personagens. 6/10
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