quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

PRIVILÉGIO (Privilege), 1967


É curioso este filme ter causado tão grande impacto quando de seu lançamento, isto porque, a esse tempo, astros do rock e anteriormente do rock’n’roll eram mais conhecidos pela rebeldia que pelo conformismo expresso na maior parte da película. “Privilégio” trata da manipulação de um cantor, o mais famoso de uma Inglaterra em tempos da Swinging London, por parte daqueles que guiam sua carreira. O grande ídolo do momento na Inglaterra é Steven Shorter (Paul Jones) e a Igreja e o Estado, em conluio com seus empresários e ainda com os investidores, todos inescrupulosos, usam-no para encaminhar os movimentos sociais que lhes interessam. O cantor tem sua imagem violenta convertida em arauto da igreja, da paz e até mesmo adquirindo milagrosos poderes de cura. Todos ganham com isso mas não contam que Shorter, apoiado pela namorada Vanessa Ritchie (Jean Shrimpton), reflete e decide ser ele mesmo e não mais a marionete na qual o transformaram. Isso significa o seu fim artístico e em menos de um ano Shorter não passa de uma mera lembrança. O diretor Peter Watkins consegue duas ou três sequências que impressionam bastante mas o filme é, em seu conjunto, inconvincente. Paul Jones, que era vocalista da banda Manfred Mann, e Jean Shrimpton, então a mais famosa modelo daquela década, surpreendem por interpretarem bastante bem seus personagens. 6/10



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