Franco Zefirelli passou de
diretor de óperas a diretor de filmes levando magnificamente Shakespeare às
telas com “A Megera Domada” e “Romeu e Julieta”, especialmente este último que
alcançou enorme sucesso de público. Para seu terceiro filme Zefirelli decidiu
filmar a vida de Francisco de Assis, um dos santos mais admirados da Igreja Católica.
“Irmão Sol, Irmã Lua” resultou num filme desigual contendo alguns momentos admiráveis,
embalados por uma trilha sonora enternecedora (Donovan) e fotografia igualmente
muito bonita. A produção muito bem cuidada e os cenários, parte deles naturais
da Toscana, fruto de uma direção de arte primorosa, não são acompanhadas por
diálogos à altura e que por momentos se tornam enfadonhos de tão repetitivos na
intenção de situar o apego de Francisco (Graham Faulkner) aos pobres e doentes.
Os jovens atores principais não foram escolhas das mais felizes, tanto que
sequer fizeram carreira no cinema. Para compensar há a pequena mas ótima
participação de Alec Guinness como o Papa Inocêncio III e ainda a de Valentina
Cortese como a mãe de Francisco. À época chegou-se a dizer que o filme de
Zefirelli seria uma metáfora ao movimento hippie dos anos 60, mas católico
fervoroso (e homossexual) que era, o diretor quis mesmo fazer o filme
definitivo sobre a vida do santo. Impossível não se emocionar com a sublime
música de Donovan. – 7/10
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