sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

IRMÃO SOL, IRMÃ LUA (Brother Sun, Sister Mon), 1972


Franco Zefirelli passou de diretor de óperas a diretor de filmes levando magnificamente Shakespeare às telas com “A Megera Domada” e “Romeu e Julieta”, especialmente este último que alcançou enorme sucesso de público. Para seu terceiro filme Zefirelli decidiu filmar a vida de Francisco de Assis, um dos santos mais admirados da Igreja Católica. “Irmão Sol, Irmã Lua” resultou num filme desigual contendo alguns momentos admiráveis, embalados por uma trilha sonora enternecedora (Donovan) e fotografia igualmente muito bonita. A produção muito bem cuidada e os cenários, parte deles naturais da Toscana, fruto de uma direção de arte primorosa, não são acompanhadas por diálogos à altura e que por momentos se tornam enfadonhos de tão repetitivos na intenção de situar o apego de Francisco (Graham Faulkner) aos pobres e doentes. Os jovens atores principais não foram escolhas das mais felizes, tanto que sequer fizeram carreira no cinema. Para compensar há a pequena mas ótima participação de Alec Guinness como o Papa Inocêncio III e ainda a de Valentina Cortese como a mãe de Francisco. À época chegou-se a dizer que o filme de Zefirelli seria uma metáfora ao movimento hippie dos anos 60, mas católico fervoroso (e homossexual) que era, o diretor quis mesmo fazer o filme definitivo sobre a vida do santo. Impossível não se emocionar com a sublime música de Donovan. – 7/10




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