Após sua notável estreia nas
telas (1946) sob a direção de Robert Siodmak em “Os Assassinos”, Burt Lancaster
voltou a ser dirigido pelo cineasta alemão em um novo ‘noir’ filmado em 1948. A
história se passa em Los Angeles e Lancaster é Steve Thompson, um guarda de
carros blindados obsessivamente apaixonado por Anna, sua ex-mulher (Yvonne De Carlo)
agora casada com o gângster Slim Dundee. A trama leva a um assalto tão bem
planejado na sua execução quanto na sucessão de traições. A sequência do roubo emociona
mesmo após vista repetidas vezes. O
final é dos mais trágicos dos filmes noir mas até chegar ao epílogo Siodmak prende
o espectador ao longo dos 88 minutos nos quais não faltam cinismo, infidelidade
e violência. E claro, o fatalismo inerente ao gênero. Cego de paixão, Thompson não
consegue ver quem, na realidade, é a mulher que ele ama, até que Anne lhe diz: “Você
simplesmente não sabe que espécie e mundo é este!” É o universo do filme noir
no qual ninguém é confiável, especialmente uma mulher bonita e ambiciosa. Um
show de enquadramento de câmeras, marca registrada de Siodmak, chama mais a
atenção que a atuação até discreta de Lancaster. Dan Duryea é excelente em seu
papel preferido e a surpresa é Yvonne De Carlo, mais linda que nunca, mostrando
que é boa atriz. 9/10
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