Ainda hoje, 80 anos após seu
lançamento esta superprodução continua sendo um dos filmes mais amados do
cinema. O livro de mais de mil páginas da sulista Margaret Mitchell resultou num
filme de quase quatro horas de duração com a primeira parte infinitamente
superior à segunda. Se na parte inicial historia-se a subjugação do Sul durante
a Guerra Civil - pano de fundo para apresentar a mais mimada, fútil, egoísta e atrevida
heroína do cinema - a segunda parte é uma sucessão de tragédias cercando Scarlett
O’Hara (Vivien Leigh), num infindável melodrama. Visivelmente favorável ao Sul,
“E o Vento Levou” faz crer que a Confederação foi vítima, sem razão aparente,
da crueldade da União. A escravidão nem é claramente citada sendo que os negros
“se foram após a guerra” ficando apenas os da casta doméstica. Scarlett passa
todo o filme atrás do insosso Ashley Wilkes (Lewis Howard) que é casado com sua
melhor amiga, a doce Melanie (Olivia De Havilland), resistindo ao assédio de Rhett
Butler. Este acaba sendo seu terceiro e, como os dois primeiros, infeliz marido
enquanto a desprezível Scarlett fica ao final com o que ama de verdade, Tara, sua
propriedade. Clark Gable nunca esteve melhor e Vivien Leigh criou uma das mais
extraordinárias personagens do cinema, ambos magnificamente secundados por Olivia
De Havilland. Mais que o próprio enredo, as excepcionais fotografia, música (Max
Steiner) e a maravilhosa direção de arte (William Cameron Menzies)
transformaram o filme num marco cinematográfico. 8/10
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