quarta-feira, 10 de outubro de 2018

...E O VENTO LEVOU (Gone With the Wind), 1939


Ainda hoje, 80 anos após seu lançamento esta superprodução continua sendo um dos filmes mais amados do cinema. O livro de mais de mil páginas da sulista Margaret Mitchell resultou num filme de quase quatro horas de duração com a primeira parte infinitamente superior à segunda. Se na parte inicial historia-se a subjugação do Sul durante a Guerra Civil - pano de fundo para apresentar a mais mimada, fútil, egoísta e atrevida heroína do cinema - a segunda parte é uma sucessão de tragédias cercando Scarlett O’Hara (Vivien Leigh), num infindável melodrama. Visivelmente favorável ao Sul, “E o Vento Levou” faz crer que a Confederação foi vítima, sem razão aparente, da crueldade da União. A escravidão nem é claramente citada sendo que os negros “se foram após a guerra” ficando apenas os da casta doméstica. Scarlett passa todo o filme atrás do insosso Ashley Wilkes (Lewis Howard) que é casado com sua melhor amiga, a doce Melanie (Olivia De Havilland), resistindo ao assédio de Rhett Butler. Este acaba sendo seu terceiro e, como os dois primeiros, infeliz marido enquanto a desprezível Scarlett fica ao final com o que ama de verdade, Tara, sua propriedade. Clark Gable nunca esteve melhor e Vivien Leigh criou uma das mais extraordinárias personagens do cinema, ambos magnificamente secundados por Olivia De Havilland. Mais que o próprio enredo, as excepcionais fotografia, música (Max Steiner) e a maravilhosa direção de arte (William Cameron Menzies) transformaram o filme num marco cinematográfico. 8/10





Nenhum comentário:

Postar um comentário